segunda-feira, 14 de maio de 2012

Fanfic: From enemies to friends.



Essa fic não foi escrita por mim, foi escrita por Luisa Martins é uma história romântica e todos podem ler haha :) boa leitura!



Era um domingo qualquer de um mês qualquer de um ano qualquer. Eu tinha 12 anos, tinha uma vida boa, morava com meus pais na mesma casa onde moro hoje, em Rosewood, na Pensilvânia. Enfim, na manhã daquele domingo, meus pais foram me acordar no meu enorme quarto, como de costume.
- Bom dia, querida! – disse minha mãe, com aquele tom de voz angelical e inconfundível.
- bom dia. – minha voz de sono era medonha.
Logo depois de meu pai me ajudar a levantar, Georgina, minha babá, trazia a bandeja com meu café da manhã. Eu estava acostumada com toda aquela pompa, mas hoje meus pais pareciam mais sérios do que de costume.
- querida, - começou meu pai – hoje teremos visitas.
- quem? – perguntei enquanto comia meu misto quente “fresco”, como meus amigos costumam falar.
- um amigo meu de faculdade. Ele está se mudando pra cidade agora e sua família vai ficar na nossa casa de hóspedes até encontrar um lugar pra morar. – papai explicava calmamente, afinal, eram notícias muito chocantes para uma menininha rica e mimada de Rosewood.
- eles têm quatro filhos e nós queremos que seja agradável e legal com eles.
Notícias realmente chocantes. Como assim eu não seria mais a “princesinha” daquela casa? Como assim eu teria que dividir a atenção dos meus pais, seguranças e até da Georgina com mais quatro crianças? Mas, poderia piorar, caso eu tivesse que dividir meu quarto com eles.
- como assim eles vão ficar na casa de hóspedes? – perguntei quase cuspindo meu café da manhã no robe de seda da mamãe.
- querida, - ela começou a engrossar a voz – será por pouco tempo, até eles encontrarem um lugar melhor. Mas não se preocupe meu anjo, os meninos são educados, não vão se intrometer na sua vida, se é essa sua preocupação.
- agora, se nos dá licença – papai disse se levantando da minha cama – temos que preparar a casa para receber as visitas.
Eles saíram juntos, enquanto eu levantava incrédula. Onde é que eu iria fazer minhas festas do pijama? Ok, meu quarto era enorme, mas não era grande o suficiente pra que eu e minhas amigas fizéssemos tudo que temos direito. Mas tudo bem, pelo menos NAQUELA NOITE eu seria agradável com os Jonas (esse era o sobrenome deles, fui saber mais tarde enquanto meu pai pedia pra que os empregados deixassem a casa de hóspedes em perfeita ordem).
Eles chegaram pontualmente às 08h15min da noite. Nesse instante, eu estava conversando com uma de minhas amigas, Isabella, pelo IM. Georgina abriu a porta de meu quarto e, gentil como sempre, anunciou a chegada dos nossos hóspedes.
- senhorita Hastings, os Jonas chegaram.
- avise aos meus pais que já vou.
Desliguei o computador e rumei até a sala de estar. Ali estavam meus pais e eles. Uma mulher muito bonita e elegante estava sentada ao lado da minha mãe, era Denise, com o marido Paul sentado no outro sofá e com um bebê no colo. Ao lado de Paul, três meninos com cara de anjo estavam sentados. Um deles, que devia ter minha idade, jogava seu gameboy. Os outros dois estavam quietos. Desci e logo fui apresentada por meu pai.
- oh, enfim chegou! Paul, Denise, essa é minha filha, (seu nome).
Eles se levantaram e me abraçaram. Fui agradável como minha mãe tinha pedido. Paul e Denise começaram a apresentar seus filhos. Kevin parecia ser um garoto doce, tinha 14 anos. Nick era bem tímido, com seus 9 anos. O bebê no colo de Denise se chamava Frankie e tinha pouco mais de 1 ano. Já o menino com o gameboy...
- este é Joe, nosso filho do meio. Ele é meio viciado nesses joguinhos, mas é um bom garoto – dizia Paul, enquanto dava tapinhas nas costas do menino.
Ele tinha minha idade e, quando me olhava, eu não sei explicar, é como se, mesmo sem me conhecer direito, ele me odiasse. Eu fiquei sem graça, mas sentei ao lado do meu pai enquanto ele, mamãe e os Jonas conversavam animadamente. Comecei a mexer no meu celular, já que não sabia o que fazer. Quando o relógio marcou 11 da noite, os Jonas se despediram de nós e foram para a casa de hóspedes. Quer dizer, nem todos os Jonas.
- Joseph, se despeça da (seu nome).
- boa noite – ele disse de forma educada- (seu nome). – agora ele havia engrossado um pouco a voz.
- b-boa noite – eu disse assustada com o tom de voz de Joe. O que eu havia feito de errado?
Na manhã seguinte, minha mãe e Georgina entraram no meu quarto, me acordando pra ir à escola.
- bom dia, querida! – minha mãe parecia animada
- bom dia, mãe.
- primeiro dia de aula. Animada?
- sim.
- ah, espero que não se importe, mas o motorista vai levar os Jonas pro colégio com você.
Estava irritada. Tinha forma pior de começar a manhã? Ok, os meninos não eram tão ruins quanto eu achei que seriam. O problema era o Joseph. Ele não era, como eu posso dizer, agradável. Me olhava de uma forma estranha, como se eu tivesse feito algo de errado.
Melhor deixar isso pra lá, né? Levantei, tomei meu luxuoso banho e escolhi minha melhor roupa para ir à escola. Na escola que eu estudava quando tinha 12 anos, a aparência era fundamental. Os alunos mais bem vestidos eram os mais populares e etc. Mas não eram apenas roupas e calçados de marca que definiam quem você era dentro da Rosewood Academy.  As notas eram outro fator importante. Caso você quisesse realmente ser alguém, você tinha que ser: 1- bem vestido. 2- um ótimo aluno. 3- RICO E PODEROSO. Era por isso que eu e minhas amigas comandávamos a escola.
Às 7 da manhã, já pronta, fui para a limusine e cumprimentei o motorista. Os Jonas esperavam na porta da casa de hóspedes. Eles estavam perfeitamente vestidos para a ocasião (na verdade, até hoje eles são assim, perfeitos em tudo), com certeza não notariam que eles eram alunos novos.
- Bom dia! – disseram em coro enquanto entravam na limusine.
- bom dia! – disse educadamente. –meninos, se não se importam, vamos passar pra buscar umas amigas minhas no caminho.
- tudo bem – disse Kevin, com um enorme sorriso no rosto.
Joe fez uma expressão de AF. Eu realmente não entendia porque ele me odiava tanto. Estávamos a caminho da casa de Isabella, que imediatamente chegou, usando um lindo vestido cor-de-rosa e sorridente, como sempre.
- bom dia, (seu apelido)! – ela disse, antes de notar os meninos no carro – err, bom dia...
- Jonas. – completei – são filhos de um amigo do meu pai, meus novos “vizinhos”. Meninos, essa é Isabella, uma das minhas amigas.
- oi. – disseram em coro, de novo. Mas dessa vez pareciam um pouco mais tímidos.
O mesmo aconteceu quando passamos pra buscar Anna e Lauren. Minhas amigas também estavam envergonhadas. Não pudemos conversar sobre os meninos bonitos da Rosewood High, ou sobre o editorial de moda folk da teen vogue.  Pela primeira vez aquela limusine estava quieta. Acho que meu motorista devia estar agradecendo a Deus por isso. Ao chegarmos na escola, saímos juntos, mas logo os meninos se separaram de nós. Eles precisavam ir à secretaria pra buscar seus horários. Como Joe era da mesma classe que eu, esperava que mais tarde ele viesse me procurar pra saber sobre os professores, as salas... Enquanto eu e Anna íamos para a sala de biologia, encontramos Joe perdido no meio do corredor.
- quer ajuda? – estava tentando ser legal
- não. – ele me ignorou totalmente
- ah... Qual é sua aula de agora? – tentei outra vez.
- não te interessa. – ele respondeu com grosseria.
- por que tá me tratando assim? – eu estava confusa e Anna, mesmo que apenas assistindo, também.
- não te interessa, tá bom? Eu acho minha classe sozinho.
Joe saiu andando. Eu e Anna ficamos olhando ele ir, sem saber o porquê de tanta grosseria.
- o que esse garoto tem na cabeça? Ele é doente, (seu apelido)? – Anna estava indignada.
- eu realmente não sei, só queria ajudar.
- ah, dane-se. É só um garoto mesmo.
Fomos pra aula de biologia. O professor Darnell parecia mais rabugento.  Ele não estava de bom humor naquele dia. Enfim, as aulas passaram rápido e logo estava na hora do intervalo. Eu e minhas amigas sentamos na mesa central, como de costume. Os Jonas estavam na fila do lanche, e ao vê-los, Lauren disse exatamente o que eu estava pensando.
- vai chama-los pra sentar com a gente?
- eu acho que você não deveria, (seu apelido). – disse Anna – viu como aquele Joseph tratou você? Deixa eles se virarem!
- o que o Joseph fez? – Isabella era a personificação da palavra CURIOSIDADE
- ele...- eu ia contar, mas Anna me interrompeu.
- A (seu nome) se ofereceu pra ajuda-lo com os horários, mas ele foi todo grosso. “não te interessa! Não é da sua conta!”
- ai, que menino idiota! – Isabella e Lauren exclamaram juntas.
- Joseph foi rude, mas acho que os irmãos dele não devem pagar por isso.
- como assim, (seu apelido)? O menino só faltava sapatear em você! Os irmãos devem ser do mesmo jeito.
- Lauren, Kevin e Nick são legais. Joseph é que tem algum problema.
- ESTRANHO! – cantarolamos juntas.
- eu vou chamar eles pra sentar conosco SIM. Se o Joe fizer alguma gracinha, a gente bota ele pra correr.
Fui até os meninos, que estavam perdidos no meio do refeitório.
- oi, venham sentar comigo e com minhas amigas. – disse gentilmente.
- não vamos atrapalhar? – Nick disse. A voz dele era muito bonitinha.
- não, claro que não! Venham! – eu disse enquanto os guiava até a minha mesa
- eu acho que não vou. – disse Joseph.
- mas por quê? – Kevin indagou.
- não tô a fim de comer com essas meninas.- ele disse, dando de ombros, enquanto procurava por alguma mesa vazia.
- a mamãe disse pra ficarmos juntos. – Nick disse, tentando fazer o irmão mudar de ideia.
- dane-se o que a mamãe disse, não vou ficar perto de patricinhas.
Naquela hora, eu fiquei muito, mas muito irritada. Eu me lembro claramente dessa cena. Eu olhei pro Joe, furiosa. Ele me olhava assustado.
- qual o seu problema, seu idiota? Eu tô tentando ser legal com você desde a hora que você botou os pés na minha casa! Vocês são novos nesse colégio, e eu tô tentando ajudar vocês a se enturmar. Seus irmãos estão sendo legais, já você... VOCÊ É UM BABACA!
- o que disse? – ele também estava furioso.
- BABACA. É O QUE VOCÊ É. – respondi totalmente alterada.
- E QUEM DISSE QUE VOCÊ NÃO É UMA BABACA TAMBÉM? APOSTO QUE VOCÊ E SUAS AMIGUINHAS METIDINHAS PASSAM HORAS FALANDO DE COISAS FÚTEIS COMO O VESTIDO QUE A ANGELINA JOLIE USOU NA FESTA DO OSCAR, OU DE COMO O LEONARDO DICAPRIO FICA PERFEITO DE TERNO. VOCÊS SÃO PATRICINHAS FÚTEIS, MIMADAS E IDIOTAS.
A essa altura, a escola, quem sabe até a CIDADE inteira, tinha parado pra ouvir minha discussão com Joseph. Ele tinha GRITADO na minha cara. Qualquer menina de 12 anos teria saindo chorando, pedindo pra que ligassem para os pais dele. Mas não eu. Eu não era assim.
- JOSEPH JONAS, VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ FERRADO. ESTÁ MUITO FERRADO!
E saí andando, sem nem chamar Kevin e Nick para se unir a nós. Sentei ao lado de Isabella, enquanto respirava fundo pra recuperar o fôlego. Daquele dia em diante, eu tinha jurado guerra a Joseph Jonas. Eu continuaria sendo legal com os irmãos dele, afinal, eles não tinham culpa se ele era rude.
A família Jonas morou na casa de hóspedes por mais 4 anos. 4 anos sendo amiga de Nick e Kevin. 4 anos odiando Joe. 4 anos dividindo o teto com meu maior inimigo. Mas, para nossos pais, tudo era perfeito. Nós éramos amiguinhos perto deles. Eu acho que eu deveria ter ganhado um Oscar por toda a atuação que eu fiz para os meus pais. Era só eles saírem de perto que as provocações começavam.
- nossa, você cresceu e continua insuportável. Não é à toa que continua sem namorado.
- Joseph, desde quando minha vida amorosa é da sua conta? Na verdade, nada é da sua conta. Continuo esperando ansiosamente pelo dia que você resolva voltar pra não sei de onde você veio. Ah, e SOZINHO.
- se eu voltar, minha família vai comigo. Somos muito unidos, ao contrário da sua.
- não é minha culpa se meus pais estão sempre muito ocupados. Eles são realmente importantes pra cidade. Se você esqueceu, minha mãe é juíza e meu pai é o vice-prefeito.
- será que eles estão mesmo ocupados ou estão fugindo de você? Você não é uma pessoa boa pra se ter por perto. É chata, metida, idiota, egoísta...
- e quanto a você? É bobo, imaturo, não se veste bem, tem uma mania irritante de estalar os dedos enquanto fala, cheira a bacalhau e não tem o mínimo de classe.
- e quem disse que você tem classe?
- eu tenho aulas de etiqueta desde os 4 anos de idade.
- “eu tenho aulas de etiqueta desde os 4 anos de idade! Hehe, sou a rainha do mundo, meu pai é o vice-prefeito de Rosewood, eu mando em tudo!” Garota, acorda pra vida.
- idiota.
- mimada.
- eu te odeio.
- te odeio mais.
Assim que eu terminei o ensino médio, fui pra NY fazer faculdade. Minha vida estava sendo maravilhosa por lá. Claro que mantive contato com minhas amigas e com Kevin e Nick. De Joe eu queria distância. Ok, você deve estar pensando “mas, (seu nome), era apenas uma rixinha infantil de adolescentes”, mas Joe tinha sido um porre até o dia da formatura. Quando peguei o diploma da Rosewood High, não sabia se ficava feliz porque ia pra faculdade ou se estava me vendo livre de Joe. De qualquer forma, foi o dia mais feliz da minha vida.
Hoje tenho 22 anos, voltei para Rosewood, e divido a casa onde nasci e cresci com Lauren. Os Jonas se mudaram de volta para New Jersey depois que Nick terminou o ensino médio. Ainda falo com Kevin pela internet. Até onde eu sei, Nick está morando em um apartamento em NY e Joe acaba de se mudar pra uma casa perto da casa dos pais e da casa de Kevin e sua esposa, Danielle. 
Trabalho como dentista num consultório no centro da cidade. Eu queria ser cirurgiã, mas depois que conheci o maravilhoso mundo dos dentes, mudei de ideia. Estava voltando do almoço quando esbarrei em alguém.
- ah, me desculpe, eu não te vi aí... Me... Me desculpe – eu pedia
- não tem problema, eu sou meio distra... (SEU NOME), QUANTO TEMPO! – Becca, minha prima, me abraçou.
- desde quando você está na cidade?
- desde semana passada, resolvi passar por aqui pra ver o vovô e a vovó... Como você tá?
- tô bem... Trabalhando, terminei um namoro recentemente e...
- ah, que triste... Eu também tô trabalhando... Vamos jantar juntas mais tarde? Eu aproveito e te apresento meu namorado.
- tudo bem... 7:30 da noite no Bonna Massa ?
- ótimo! Te vejo lá então, (seu apelido).
- até mais.
Voltei pro consultório feliz. Não via Becca desde a minha festa de 16 anos. Seria bom pra me distrair um pouco. Atendi todos os meus pacientes e voltei pra casa correndo pra contar as novidades pra Lauren. Ao chegar, eu dei de cara com Lauren e o namorado Sean dando uns amassos no sofá. Já era a terceira vez que ele dormia lá em casa essa semana.
- hey Sean, eu tô quase fazendo um pedido formal pra que você venha morar com a gente. – disse rindo.
- e aí, (seu apelido), como foi o trabalho? – Lauren perguntou.
- ai, foi ótimo. Fiz uma extração hoje, você sabe como eu adoro isso.
- sei, e como sei... Você vai fazer alguma coisa hoje à noite? Eu e o Sean vamos dar uma volta por aí.
- vou sim. Encontrei a Becca quando tava voltando do almoço, vou jantar com ela e o namorado... Falando nisso, tô atrasada, preciso me arrumar.
- Becca com namorado? Quem diria, a menina era um saco quando era mais nova.
- as pessoas mudam, Lauren. Preciso ir.
Subi as escadas como se o mundo dependesse disso. Tomei um belo banho e me arrumei. Cheguei no Bonna Massa exatamente às 7:30. Enquanto eu procurava uma mesa vazia, esbarrei em outra pessoa. Como podem ver, eu sou realmente desastrada.
- me desculpe... – isso deveria virar meu bordão
- não, me desculpe. Eu realmente não olho por onde ando. – essa voz me era familiar.
- Joseph? O que tá fazendo em Rosewood?
-(seu nome)? Nossa, eu tenho mesmo muito azar.
- você continua babaca!
- e você continua idiota.
- ah, cale a boca. Tantas pessoas no mundo e eu tinha que esbarrar justo em você?
- você acha que eu tô feliz de ter reencontrado você? O que raios você está fazendo aqui?
- não é do seu interesse, Jonas. Agora, se me dá licença...
- (seu apelido)! Joe! Pelo visto já se conhecem, né?
O QUE? JOE É O NAMORADO DA BECCA?
Ficamos em silêncio por um longo tempo.
- de onde conhece a (seu apelido), amor? – Becca perguntou, com os olhos brilhando.
- ela estudou comigo. Que bom te reencontrar, (seu nome).
Joe me deu um abraço falso.
- eu espero que isso nunca mais aconteça – sussurrei no ouvido dele enquanto estávamos abraçados
- se depender de mim, nunca mais terei que olhar pra tua cara – ele respondeu.
- ótimo. – sussurrei enquanto me separava do abraço
- então vocês eram bons amigos na época de escola? – Becca estava intrigada
- bons amigos? Joseph era meu MELHOR amigo! – disse dando meu melhor sorriso falso e olhando para Joe – ele é, pelo menos era, um bom menino. – disse dando uns tapinhas nas costas do Joe, como o pai dele fez quando nos apresentou.
Joe me fuzilou com os olhos. Sim, estávamos de volta à adolescência. Mas agora nossa expectadora era Becca. Não acreditava em como eu podia ser tão infantil. Eu deveria dizer pra Becca que odeio o Joe desde a hora que ele me chamou de patricinha. Ok, naquela época eu era patricinha, mas agora?
Sentamos numa mesa, fizemos nossos pedidos e continuamos o teatrinho. Becca parecia muito feliz. No fundo eu não estava me sentindo bem.
- só um minutinho, eu vou ao banheiro.
Becca saiu da mesa, deixando eu e Joe sozinhos.
- não sabia que minha prima tinha tremendo mau gosto pra namorado.
- e eu não sabia que minha namorada era da sua família. Pelo visto, você é a ovelha negra.
- Joe, dá pra gente parar com essa palhaçada? Eu sei que nós temos nossas diferenças e NÃO SÃO POUCAS, mas a Becca além de minha prima é uma das minhas melhores amigas e...
- isso não me interessa. Eu quero ver minha garota feliz, só isso.
- eu só não acho certo a gente ter que mentir pra ela. Imagina se ela descobre que estamos mentindo? Ela não só vai ficar com raiva de você, mas de mim também.
- ah, então agora você quer se redimir?
- me redimir pelo que? Joe, você me odeia sem motivo.
- e você lá tem motivos pra me odiar?
- tenho! Eu tava tentando ser legal com você e... Ah, isso já tem 10 anos! Vamos parar de criancice.
- que criancice? (seu nome), você realmente não sabe o quanto é irritante.
- olha, eu vou contar pra Becca toda a verdade se você não contar. Eu não acho justo que ela não saiba.
- ela tá voltando, aja como se me amasse.
Becca voltou e eu e Joe ríamos como se ele tivesse contado uma coisa muitíssimo engraçada.
- nossa, acho que botaram o papo em dia.
- é... Eu tava morrendo de saudade dela.
E assim foi passando a noite. Joe e Becca me deixaram em casa. Quando cheguei lá, vi as roupas de Lauren e Sean largadas pelo chão. Não quero nem imaginar o que estavam fazendo no quarto dela. Tomei um belo banho e fui pro meu quarto. Como assim a Becca estava namorando o Joe? Ok, eles faziam um casal lindo, mas Becca escolhia melhor seus namorados quando era adolescente. E ela era muito chatinha, como Joe, que já me acha insuportável, conseguia aguentá-la? Ouvi alguém bater na porta e fui abrir.
- e aí, como foi com a Becca e o namorado?
- Lau, você não vai acreditar em quem é o namorado da Becca.
- quem? – ela era exatamente como Isabella: curiosa.
- Joseph Adam Jonas, nosso ex-colega de classe.
- ai, não acredito. Sua noite deve ter sido um porre.
- e foi! Joe continua com aquela mania infantil de fingir que é meu amiguinho. E o pior de tudo é que eu faço o mesmo.
- você pretende contar pra sua prima a verdade?
- pretendo. Becca é minha prima mais próxima. É como uma irmã pra mim. Eu disse pro Joe que não me sentia bem enganando ela.
- eu sei como é. Mas não fique assim. Acho que se o Joe gosta mesmo da sua prima, ele vai contar pra ela.
- eu não sei não... Aquele cara é capaz de tudo. Acho que o Joe manteria a mentira só pra ver a Becca feliz. Tadinha, ela é tão boba...
- (seu nome), conta pra ela.
- é o que vou fazer... E você e seu namorado deveriam arrumar o rastro de roupas que deixaram por aí. Se quiserem se amar, se amem, mas se amem sem desorganizar a casa, por favor.
- tudo bem – Lauren disse entre risos – prometo que serei mais organizada da próxima vez...
- ou teremos que contratar uma empregada.
- não, nem pensar... Nossa vida de madame passou faz tempo.
- concordo.
Lauren saiu do meu quarto ao ouvir Sean quase que suplicar pela sua volta. Eu me ajeitei na cama e tive um ótimo sono. Estava pensando em ligar pra Becca assim que acordar, e contar sobre eu, Joe e nossa eterna guerra. Ele poderia me matar depois disso, mas pelo menos eu morreria feliz. Acordei na manhã seguinte com um sorriso no rosto. Desci para a cozinha, onde Lauren e Sean preparavam panquecas e suco.
- Bom dia, pessoal. – disse desanimada
- bom dia! – eles disseram em uníssono.
- não pra mim. – eu disse enquanto sentava na mesa. – eu vou ter que contar pra Becca que o namorado dela não passa de um babaca. E provavelmente morrer depois disso.
- quem é o namorado da Becca?
- aquele idiota do colégio que eu te contei. – disse Lauren
- O JOE? Nossa, boa sorte aí, Gi.
- Becca vai ficar arrasada.
- e como. O namorado dela é um infeliz.
- querem saber? Vou ligar pra ela agora.
Peguei meu celular e disquei o número de Becca. Eu já ensaiava mentalmente minhas falas.  Já me preparava pra ela me chamar de mentirosa, depois que Joe desmentisse o que eu falasse.
- alô? – Becca falava com a voz de um anjo.
- oi, é a(seu nome).
- oi prima! Porque ligou tão cedo?
- é que... Eu preciso te contar uma coisa. – minha voz não estava nada feliz.
- o que houve? Algum problema?- Becca estava realmente confusa
- é que... eu e o Joe... – eu fiquei nervosa de repente.
- você e o Joe...
- ok, vou falar de uma vez. Eu e o Joe nos odiamos. Estávamos fingindo ser amiguinhos na sua frente pra você não ter que ficar no meio do fogo cruzado, tá bom? Eu sei que é criancice, mas eu disse a ele que não me sentia bem fazendo isso e achei melhor te contar.
- O QUE? – Becca perguntou incrédula – mas vocês pareciam se gostar tanto...
- atuação, querida Rebecca. ATUAÇÃO. Me admiro muito ter passado os últimos 4 anos da minha vida estudando odontologia na UNY ao invés de seguir a carreira de atriz na Broadway.
- mas se o Joe mentiu pra mim... será que ele...
- não, não, Becca... Ele gosta mesmo de você, até te chamou de minha garota. Ele só queria manter a mentira pra te ver feliz.
- e por acaso eu pareço feliz? Quando ele acordar, teremos uma conversa muito séria.
- tá... Era só isso mesmo que eu tinha pra falar... Bom dia.
- bom dia. E obrigada por me avisar.
Becca desligou. Eu me sentia aliviada, mas ao mesmo tempo preocupada. Poxa, ela é minha prima! E se a minha revelação acabasse com o namoro dela? Melhor não pensar nisso agora, preciso comer. Me sentei à mesa com Lauren e Sean e desfrutei das panquecas e do suco que eles tinham preparado. Os dois se conheceram trabalhando em um buffet, por isso cozinham muito bem.
- tá tudo bem, (seu nome)? – Sean perguntou percebendo minha cara – ou são as panquecas?
- não, Sean, as panquecas estão ótimas. Eu só não quero ser a culpada pelo fim do namoro da minha prima.
- você deveria se considerar uma heroína, (seu apelido). – disse Lauren enquanto tomava um gole do suco – vai livrar sua prima do infeliz do Joseph. Mesmo eu não indo muito com a cara dela, ela merece alguém melhor que esse panaca.
- concordo. Eu não conheço sua prima, mas sendo da sua família, ela precisa estar livre desse mau elemento de Rosewood.
- de Rosewood não, amor. MAU ELEMENTO DE NEW JERSEY. – Lauren corrigia o namorado de boca cheia. Onde é que ela tinha deixado a elegância?
- ah, que se dane. A Becca pode ser o que for, mas ela não merece o Joe como namorado. E ele não merece uma namorada como ela.
- você fez a coisa certa, (seu nome). – Lauren disse de boca cheia de novo. Essa menina esqueceu os modos na casa antiga?
Depois de acabar o café, fui pro meu quarto. Arrumei minha cama e tudo mais. Depois fui ler algumas revistas. Eu podia ter crescido e mudado, mas continuava apaixonada por moda. Depois, resolvi ler alguns livros. Eu realmente tava entretida com a história, até que Lauren me chamou pra ver um filme na sala. Lauren e Sean estavam agarrados, só pra variar. Eles realmente não se desgrudam, parecem chiclete. Como estava frio, eu desci enrolada na minha coberta.
- (seu nome), você precisa urgentemente de um namorado. Eu até me sinto mal aqui agarradinho com a Lauren – disse Sean, enquanto apertava ainda mais a minha amiga – vendo você aí sozinha.
- não... Eu tô bem sozinha... Ainda mais depois de ter terminado com o Elliot. O que eu tinha na cabeça pra gostar dele?
- quer saber o que eu acho, (seu nome)? Sinceramente? Que o Elliot conseguia ser mais idiota que o Joe. Ele superava o Joe em todos os aspectos, menos na beleza, é claro.
Sean fuzilou Lauren com os olhos.
- como assim, senhorita Lauren Wisnburg?
- ah, Sean, crise de ciúmes agora não. – eu disse, irritada – o Joe pode ser o babaca que for, mas ele É bonito. Na verdade, toda a família Jonas é bonita. A mãe deles então, ela deveria ser miss Universo.
- e você sabe melhor do que ninguém que eu só tenho olhos pra você – Lauren disse para Sean, enquanto começavam mais um de seus amassos sem fim. Será que eles esqueceram que estavam na minha frente?
Enfim, continuamos assistindo o filme, quando de repente percebo a porta se abrindo e uma voz furiosa de homem.
- POR QUE VOCÊ CONTOU PRA BECCA? – Joe gritava, visivelmente alterado. Vi a figura dele se materializar na minha frente, bem próximo de mim. Juntei toda a força que tinha e o empurrei no sofá, ficando em pé e olhando pra ele.
- O QUE ESTÁ FAZENDO NA MINHA CASA? ISSO É INVASÃO DOMICILIAR, EU POSSO LIGAR PRA POLÍCIA, SABIA?
- DANE-SE A POLÍCIA, DANE-SE TUDO! PORQUE CONTOU PRA BECCA, DESGRAÇADA? VOCÊ QUER MESMO ME VER NA LAMA, NÃO É?
- CONTEI PRA ELA PORQUE ELA É MINHA PRIMA! CONTEI PRA ELA PORQUE ELA MERECIA SABER DA VERDADE. VOCÊ DEVERIA TER CONTADO, JÁ QUE A AMA TANTO.
- REBECCA É A PESSOA MAIS IMPORTANTE PRA MIM! VOCÊ ESTRAGOU TUDO, SUA INFELIZ.
Respirei fundo. Eu já via minha mão fazendo seu caminho até o rosto de Joe. Lauren e Sean estavam assustados. Na verdade, nem estavam mais na sala.
- dá pra se acalmar, infeliz? Porque saiu entrando na minha casa? Melhor, como conseguiu entrar na minha casa?
- eu quero saber por que raios você contou pra Becca. – ele parecia mais calmo agora.
- eu contei pra ela porque ela merecia saber. Ela é minha prima, é como uma irmã.
- verdade? Ela está arrasada agora.
- vocês terminaram?
- não. Ela disse que queria dar um tempo. Disse que se eu fui capaz de fingir ser seu amigo, eu poderia ter mais segredos. Que meu amor por ela era só fingimento.
Eu olhei pra baixo. Droga. Estraguei tudo tentando resolver tudo.
- Joe...
- o que é?
- poderia ter sido pior se eu não contasse. Você teria que me ver mais vezes. Fingir gostar de mim mais vezes. E a Becca iria descobrir de qualquer forma, ela ficaria ainda mais furiosa.
- no fundo você tem razão.
- e sobre o namoro de vocês... Acho que se você conversar com ela, ela vai entender.
- eu vou tentar. – Joe olhava pra parede. Era a primeira conversa civilizada que tínhamos em anos. Ele se levantou. – tchau.
Ele saiu de uma forma que eu nunca tinha visto. Joe parecia fraco. Todos esses anos, ele sempre passava uma imagem de força, de invencibilidade. Agora ele estava ali, fraco, frágil, vulnerável. Aposto que a (seu nome) de 12 anos estaria fazendo uma festa nesse momento pra comemorar.
- já acabou o barraco? – Lauren descia as escadas assustada, de mãos dadas com Sean, que não estava menos assustado.
- já. Idiota. Como ele pode invadir nossa casa desse jeito?
- então esse é o famoso Joe Jonas. Concordo com vocês, meninas. Que panaca.
- eu deveria ter ligado pra polícia.
- concordo, (seu apelido). Ele é um idiota, inconsequente. Como sua prima aguenta?
- não sei, mas sou fã número um dela agora. – disse enquanto deitava no sofá.
Não consegui mais assistir ao filme. Os gritos de Joe ecoavam na minha cabeça. Imbecil.  Ele tinha MESMO que invadir minha casa, atrapalhar meu sábado? Eu sinceramente acho que ele deveria procurar um psicólogo. Melhor, ele deveria procurar um psiquiatra. Ser internado num manicômio. Eu dormi com raiva naquela tarde. E Lauren estava certa: mesmo Joe sendo insuportável, Elliot, meu ex-namorado, conseguia ser ainda pior.
Meu sono foi tão pesado que só acordei no dia seguinte. Merda, já era domingo. Eu ainda lembrava claramente de Joe invadindo minha casa e gritando. Aquilo tinha mexido mesmo comigo. Resolvi dar uma volta de bicicleta por ali e, depois de fazer minha rotina matinal, foi isso mesmo que eu fiz.
Eu adorava morar ali. Era uma cidade pequena, mas bem segura. Quando eu era criança, costumava me juntar com minhas amigas na praça principal e brincar na caixa de areia e, quando passei por ali, lembrei de todos os bons momentos que passei ali. Resolvi parar e sentar num banco da praça. De repente, alguém familiar se sentou ao meu lado.
- oi – ele disse educadamente - segui seu conselho, conversei com a Becca.
- e aí?
- resolvi terminar. Eu gosto muito dela, mas... Eu fui um panaca. – Joe falava enquanto olhava para as criancinhas brincando na caixa de areia. – mas nós continuamos amigos.
- ah... – eu estava surpresa.  – se acha que foi melhor assim, então...
-(seu nome), me perdoe. – ele disse me interrompendo – você não era quem eu achei que fosse. Eu devo mil desculpas a você... Há muito tempo.
Joe realmente parecia arrependido. Olhava pra mim de uma forma diferente do que nas outras vezes. Antes ele me olhava com ódio, às vezes até assustado, mas agora parecia um cachorrinho amigo, que só queria brincar esse tempo todo.
- acho que não é um bom lugar pra conversar... Quer ir ali na cafeteria?
- tudo bem.
Levantamos do banco e eu peguei minha bicicleta e fui rumo à cafeteria. Lá, sentamos em uma mesa e fizemos um pedido.
- porque tá me pedindo desculpas? Finalmente percebeu que me odiava sem motivo?
-(seu nome) – ele disse com calma – na verdade, eu deveria ter pedido desculpas a 10 anos atrás. Eu tava sendo implicante com você porque todas as menininhas ricas que eu conhecia em New Jersey eram metidas, patricinhas, fúteis, mimadas... Mas eu vi que você não era bem assim, você tava sendo legal com meus irmãos e eu sabia que tinha feito merda quando gritei com você no refeitório da escola.
- então você estava fingindo que me odiava durante todo esse tempo? Que tipo de psicologia reversa você tentou usar em mim?
- nenhuma – ele riu – é que, sabe... Você me odiava por eu ter sido rude. Então ao invés de consertar as coisas, continuei sendo o tipo de pessoa que você achou que eu era. Infantilidade minha, eu sei. No fundo eu tinha inveja da sua amizade tanto com as meninas quanto com os meus irmãos.
- você é louco. – eu disse, bufando. – mas criança não bate muito bem da bola mesmo... Só o Nick que era todo centrado e quietinho, mas a gente?
- mas até que foi legal brigar com você. – ele disse rindo. – era legal te chamar de mimada e ver o sangue subir. Você realmente ficava vermelha quando estava nervosa. Até hoje fica.
Era incrível como ele reparava em tudo. Em como eu ficava vermelha quando estava nervosa, como eu falava alguma espécie de enrolation depois de espirrar, em como eu era uma boa amiga pros irmãos dele. Parecia uma daquelas histórias do tipo “garoto e garota se odeiam, crescem e fazem as pazes”.
- ah, e eu devo desculpa aos seus amigos também. Eles devem me odiar agora.
- ah, relaxa, Lauren te odeia desde que te conheceu. E Sean te odeia desde que eu e Lauren contamos pra ele quem você é. E desde quando Lauren disse que você é bonito.
- aquela era Lauren? Nossa, o tempo fez bem a ela...
- minha amiga sempre foi linda, ok?
- eu nunca tinha reparado nela.
Continuamos conversando animadamente como se fôssemos amigos. O melhor de tudo foi descobrir o porquê de Joe me odiar tanto.
- ei, (seu nome)... Quer sair hoje?
- mas pra onde? Lembrando que não posso voltar tarde, amanhã eu tenho uns 5 pacientes de manhã.
- ah, a gente pode andar por aí.
- esse não é seu plano original, é?
- não. - ele disse rindo – na verdade, acho que a gente devia ir naquele clube aqui perto... Aquele onde foi a festa de 16 anos da Anna.
- ah sim... 6 horas tá bom pra você?
- claro.
- eu passo pra te buscar então. Onde você tá?
- bem, agora que terminei com a Becca, tô procurando um lugar pra ficar. Não acho que seria uma boa ideia ficar na casa dos seus avós depois de tudo o que aconteceu... E eu não tenho dinheiro pra pagar um hotel.
- se Lauren não se importar, você pode ficar lá na casa de hóspedes.
- com meu quarto antigo?
- se quiser...
Estava combinado. Joe iria passar na casa dos meus avós pra pegar as coisas dele, enquanto eu contava pra Lauren sobre nosso visitante.
- O QUÊ? O CARA ENTRA NA TUA CASA GRITANDO CONTIGO E VOCÊ AINDA OFERECE LUGAR PRA ELE AQUI?
- Lauren, ele não tem onde ficar. E além do mais, já conversamos e botamos tudo em ordem.
- ele implorou pelo seu perdão de joelhos?
- não, isso seria idiotice. Ele não me odiava de verdade.
- aham, sei.
- foi o que ele disse. Lauren, é só por uma semana, ele vai voltar pra New Jersey logo.
- tudo bem, tudo bem... Mas é só porque é uma semana!
Fui buscar Joseph. As malas dele ocuparam todo o porta-malas do meu carro.
- wow, pra um homem, parece que está de mudança.
- e eu tô pensando mesmo em me mudar. Às vezes eu sinto saudade de Rosewood.
- eu também sentia quando estava em NY. Essa cidade é maravilhosa. Não trocaria Rosewood por nenhuma mansão em Los Angeles.
- se bem que a sua mansão em Rosewood é uma coisa de louco.
- obrigada, eu acho.
Chegamos em casa, onde Joe rapidamente foi se instalar. Sean preparava o lanche da tarde, ainda indignado com a minha decisão.
- (seu nome), só você mesmo pra fazer uma coisa dessas. Se eu não fosse seu amigo, eu te mataria.
- ai, tá tudo resolvido agora. Joe não é um mau elemento de New Jersey, estava com uma ideia errada sobre ele.
- isso tudo porque eu trabalhei pra que você tivesse uma ideia errada sobre mim – Joe entrou em casa, meio envergonhado por causa do showzinho do dia anterior.
Enquanto comíamos, Joe aproveitou pra se desculpar com Lauren e Sean e contar a história a eles. No fim, tudo estava bem.
- gente, eu adoraria ficar mais um pouco, mas eu e Joseph vamos sair.
- SAIR? – Lauren, a personificação da deselegância, quase cuspiu seu misto quente em mim. É demais aprender a não falar de boca cheia, meu Deus?
- sim, Lauren, sair. Como nós costumávamos sair quando tínhamos 16, 17 anos.
- ah, claro. Onde vão? – disse Sean, se intrometendo.
- DanceHouse Club, onde foi o sweet 16 da Anna.
- nossa, bom divertimento pra vocês. – Lauren disse, de forma debochada.
- bom divertimento PRA VOCÊS. – eu disse enquanto encontrava pelo caminho uma sacola cheia de camisinhas e atirava em Sean e Lauren. Joe riu divertidamente nessa hora.
Fui pro meu quarto. Precisava escolher uma roupa legal, afinal era a primeira vez em 3 meses que eu ia pra balada, mesmo que acompanhada. Mas, antes de me jogar nos preparativos, fiz o que todo profissional faria.
- alô, Francis? Sim, é a Dra. Hastings. Tem como você remarcar todos os pacientes da manhã de amanhã pra terça à tarde? É que hoje eu vou sair e, caso eu não consiga chegar amanhã na hora, não causar tumulto. Ah, se eles perguntarem, diga que surgiu um imprevisto. Ok. Até amanhã à tarde. Tchau.
Desliguei o telefone e enfim, fui tomar banho. Eu estava feliz por ter feito as pazes com Joe. Nunca tinha me imaginado assim. Ele até era um cara legal, considerando nosso café da manhã E almoço juntos. Eu ainda não entendia porque raios ele fingia me odiar. Ah, dane-se, era coisa de criança. Saí do banho e me arrumei. Usava um vestido de uma alça só e uma sandália que peguei empestado do closet da Lau. Em questão de 20 minutos eu estava pronta.
- nossa, Gi, você quer provocar o panaca do Joseph ou o quê? – Lauren debochava de mim
- não, eu só quero me divertir. E não tem coisa melhor do que se divertir sabendo que você está fabulosa.
- nossa, vai nessa, Sharpay Evans! – Sean era debochado que nem a namorada.
- vou lá buscar o Joe. Beijinho pra vocês. – saí de casa com as chaves do carro na mão.
Não demorei muito até chegar à casa de hospedes. Toquei a campainha esperando que Joe me atendesse. Lá estava ele, impecavelmente vestido, exceto pela camisa, que ainda iria vestir.
-(seu nome)? Pensei que mulheres demorassem pra se arrumar.
- também pensei... Vai demorar muito?
- não, agora só falta vestir a camisa.
Que Joseph era lindo, todo mundo sabia. Agora esse corpão aí... Nossa, quem iria imaginar? Ele estava TOTALMENTE diferente de 4 anos atrás, a última vez que eu o vi. Tentei me concentrar no papel de parede da sala de estar da antiga casa dos Jonas, pra disfarçar que tinha visto Joe com outros olhos.
- pronto, tô pronto. Vamos?
- vamos.
Saímos da casa de hóspedes em direção ao carro.
- você bebe? – Joe perguntou. Estranhei essa curiosidade da parte dele.
- sim... Por quê?
- eu também bebo. Quem vai trazer o carro?
- Joe, meus pais podem ter se mudado e eu posso ter crescido, mas eu ainda tenho motorista. Além do mais, eu não fico totalmente bêbada, dá pra ligar pra Lauren ou pro Sean virem buscar a gente.
- ok, ok...
Dei partida no carro e fomos em direção ao clube. A casa estava realmente lotada naquela noite. Paguei minha entrada e a de Joe e fomos pra pista. Lá, tomei umas duas garrafas de ice e dançava como se não houvesse amanhã. Joe logo se juntou com uma loira, mas toda vez que ela tentava beijá-lo, ele se esquivava. Ele apenas ainda não tinha superado o término super-recente com Becca.
Enquanto Joseph fugia de sua nova amiga, eu conversava com alguns caras. Fazia questão de me manter sóbria por enquanto pra não fazer nada do que eu pudesse me arrepender amanhã. Pedi mais uma garrafa de ice e voltei pra pista, onde dancei com Joe. Há muito tempo eu não me divertia assim. Até que quando eram mais ou menos umas 9 da noite, ele me chamou pra um canto.
- (seu nome), preciso te levar a um lugar.
- onde?
- vai saber quando chegarmos lá. - ele dizia isso com um sorrisinho malicioso.
Saímos da boate com algumas garrafas de whisky, tequila e alguns copos roubados.  Todo aquele mistério de Joseph estava me deixando intrigada. Será que ele pretendia me estuprar? Acho que não. Será que ele queria me matar e jogar meu corpo em algum lugar afastado da cidade pra que não descobrissem que ele era o assassino? Ele não tinha cara de assassino, mas ok.
Entrei no carro, Joe estava na direção. Ele estava sóbrio, pelo menos era o que aparentava. Quando percebi que estávamos indo pra parte mais afastada da cidade, minhas hipóteses sobre o plano de Joe só ficavam mais fortes. Mas assim que chegamos, ele explicou tudo.
- tá com medo daqui, né?
-um pouco – minha voz denunciava meu medo. – eu nunca estive desse lado de Rosewood. Pode me explicar o que estamos fazendo aqui?
- bem – ele começou – lembra aquela vez que nós brigamos na frente das nossas mães?
- lembro perfeitamente.
- então, naquele dia, eu fugi de casa. Vim pra cá, fiquei pensando no que tinha dito pra você. Eu tava arrependido. Arrependido não só de ter gritado com você, mas também de fingir que te odiava, mas eu não sabia como me desculpar. Quando fui perceber – ele olhava pro céu com uma expressão triste - já era noite e eu não sabia como voltar pra casa. Meus pais tiveram que chamar a polícia pra me buscar.
- nossa...
- desde aquele dia – agora ele olhava pro lago que estava na nossa frente – esse tem sido meu cantinho, meu lugar de pensamento. Sempre que eu estava chateado com alguma coisa, pegava minha bicicleta e vinha pra cá.
- e... Porque me trouxe aqui? – perguntei confusa.
- porque eu prometi a mim mesmo que, quando fizéssemos as pazes, eu te traria aqui. Idiotice de criança, né.
- não... Até que é fofinho.
Joe enchia os copos que roubamos do clube com um pouco de tequila.
- eu proponho um brinde, (seu nome). Um brinde às nossas criancices.
- tim tim!
Brindamos e bebemos. Quem diria, eu e Joe amigos. Bebendo juntos, sozinhos no meio do nada. Estávamos contando piadas sem graça, botando a conversa em dia... Quando percebi, estávamos na metade da primeira garrafa de whisky.
- Joseph – já estava com voz de bêbada
- sim?
- não acha melhor a gente ligar pra virem buscar a gente?
- esqueceu – ele soluçava entre as palavras – que estamos no meio do nada, (um apelido que você odeia)?
- nossa, você tá bebasso... Olha como tá me chamando. Só minha avó – comecei a soluçar entre as palavras também, sinal de que eu estava tão bêbada quanto Joe – me chama assim
- ah, (seu nome)... Cadê seu celular? Deixa que eu ligo pra Lauren e o Sean virem buscar a gente.
- ele tá ali na minha bolsa – eu disse, totalmente tonta. Deitei na grama daquele lugar, que parecia realmente sombrio a essa hora da noite.
Joe pegou meu celular e rapidamente discou o número de Lauren.
- alô? Lauren, preciso que venha buscar a gente – a voz dele já entregava o nível de álcool que tínhamos consumindo. – sim, é o Joe e sim, eu e a (seu nome) bebemos.
Joe dava as coordenadas para que Lauren chegasse até aqui de ônibus. Eu estava deitada, quase dormindo, babando na jaqueta de Joe. Depois que ele desligou o celular, se deitou ao meu lado. Olhava pro meu rosto e o acariciava.
- dorme neném – Joe cantarolava pra mim, de forma totalmente hilária.
- ah, cale a boca.
O hálito de Joe cheirava a Red Label. Com as horas passando, ia ficando frio, e eu e Joseph nos abraçamos.  Não passaram 10 minutos e nós voltamos a sentar na grama e encher a cara. Estávamos cada vez mais loucos.
- (seu nome), eu vi um pônei ali.
- Joseph, por favor, não existem pôneis em Rosewood.
- claro que existem! E são coloridos.
- pôneis coloridos? Cale a boca.
- cale a boca já morreu, po. Eu vi um pônei colorido, e ele saltitava como uma gazela.
- que coisa mais gay.
- o que você disse? – Joe engrossou a voz
- que. Coisa. Mais. Gay. – repetia pausadamente – terei que desenhar?
- vou te mostrar o gay.
Na mesma hora que disse isso, Joe se aproximou de mim e me beijou. Não era um simples beijo, era um beijo intenso, ardente. Eu tentava me esquivar, mas quando percebi, já estava entregue. O beijo evoluiu para um amasso, mas só não evoluiu pra algo a mais porque Lauren chegou.
- ei, casalzinho feliz, vamos embora.
Ela praticamente nos puxou pelos cabelos até o carro, onde eu e Joe dormimos. Se teve mais alguma coisa naquela noite, eu realmente não me lembro. Só lembro de ter acordado no sofá no dia seguinte, às 8:45 da manhã, magicamente recuperada da bebedeira da noite anterior. Subi pro meu quarto, tomei um belo banho e depois fui chamar Joe pra tomar café com a gente.
- hey, bom dia.
- bom dia – ele disse, ainda meio tonto. – o que aconteceu ontem?
- nós saímos do clube, fomos pro seu “cantinho secreto”, nós bebemos e... Depois eu não me lembro de nada.
- nossa, é só disso que eu me lembro.
- vamos tomar café? Daqui a pouco tenho que ir pro consultório.
- ah, sim, você é dentista... Vamos.
Sentamos à mesa e começamos a tomar café. A cada gole do meu chá de camomila, as cenas “excluídas” da noite anterior voltavam a minha mente. Eu e Joe bebendo. Eu e Joe contando piadas idiotas. Eu e Joe “alegres”. Eu e Joe NOS BEIJANDO. Não acredito. Eu tinha beijado Joe. Eu dei uns amassos com Joe. Ele percebeu minhas caras e bocas
-(seu nome), tá tudo bem?
- sim, acho que é só ressaca...
- vai conseguir trabalhar hoje?
- claro que sim... – eu respondi, querendo deletar aquelas cenas do meu cérebro.
Como assim eu tinha beijado o Joe? Pera, ELE que tinha me beijado. Mas eu correspondi, então eu o beijei também. Estava com uma dor de cabeça terrível. Resolvi falar pra ele o que tinha acontecido.
- Joseph.
- o que foi?
- eu... – estava tentando achar as palavras – eu lembrei o que aconteceu ontem à noite.
- e o que aconteceu? – ele estava preocupado.
- a gente se beijou. Estávamos bêbados e... – ele me interrompeu
- COMO ASSIM A GENTE SE BEIJOU?
- você sabe como é!
- eu sei, eu sei... Só não... Espera, eu também me lembro.
O clima ficou tenso de repente. Eu estava com vergonha de Joe. E ele parecia estar com vergonha de mim. Ficamos realmente sem graça...  Resolvi cortar o climão, afinal, não tínhamos feito nada de errado.
- Joe... Tá tudo bem...
- é... Não fizemos nada de errado.
- que bom que acha isso... – sorri pro Joe
- é... – ele disse enquanto se aproximava de mim e me abraçava. Eu retribuí o abraço. – quer que eu te leve no trabalho hoje?
- é... Pode ser.
E assim foi naquele dia. E no dia seguinte. E no dia seguinte ao dia seguinte. Enfim, foi assim até o dia que o Joe voltou pra New Jersey. Mas ele só foi pra buscar as coisas dele, já que ia se mudar pra minha casa de hóspedes.
Dois meses se passaram desde que Joe voltou para Rosewood. Mas agora ele estava morando no antigo quarto de Lauren, já que Sean a pediu em casamento e os pombinhos se mudaram pra casa de hóspedes. Eu e Joe tocamos nossa vida como se aquele beijo nunca tivesse acontecido. Agora éramos amigos, e inseparáveis. Mas eu acho que estava me apaixonando por ele. O que era engraçado, já que há meses atrás eu sentia arrepios (ruins, é claro) só de ouvir o nome dele. Ao mesmo tempo em que estava apaixonada e querendo lutar por isso, eu não queria botar nossa amizade em risco. Ele era um ótimo amigo, não queria perder isso.
Eu estava de férias. Agora que o dentista com quem eu dividia o consultório tinha se recuperado de uma cirurgia, eu podia descansar. Estava dormindo feliz na minha caminha, quando de repente, alguém começa a me cutucar.
- hey, (seu apelido), sua dorminhoca, acorda.
- ah Joe – dizia quase miando – me deixa dormir, eu tô de férias.
- dane-se suas férias, (seu nome)! Eu fiz o café da manhã!
- dane-se! Eu só como o misto quente com pão integral sem casca e queijo minas que a LAUREN faz.
- fresca. – ainda nos provocávamos desta forma
- idiota.
- mimada.
- imaturo.
- eu te odeio.
- te odeio mais!
Ao ouvir isso, Joe simplesmente me tirou da cama e foi me carregando de cabeça pra baixo até a mesa da cozinha. Ele ria com meus gritos histéricos de “me bota no chão, imbecil” e eu também não conseguia me manter séria.
- putz, Joseph, me SOLTA. – eu dizia gritando e rindo
- que soltar o quê, você é minha prisioneira agora! - Joe ria divertidamente... Ah, como a risada dele era gostosa... HEY(seu nome), NÃO É HORA PRA BANCAR A BOBA APAIXONADA AGORA!
- me solta, por favooooooor.
- ok, chata. – Joe me botou sentada na mesa. Ele pegou meu café da manhã e me deu.
- obrigada... – eu sorri de novo.
Joe sentou na mesa ao meu lado (sim, sentamos NA MESA) e comemos nosso café da manhã.
- onde Lauren e Sean estão?
- foram resolver as coisas pro casamento.
- ah sim...
De repente, Joe parou de comer e olhou pra mim.
-(seu nome).
- sim?
- eu posso falar com você? – ele parecia sério.
- claro... o que houve?
Joe tirou o prato com o misto quente e o copo de suco das minhas mãos e olhou bem no fundo dos meus olhos.
- olha, eu sei que somos amigos há pouco tempo mas...  – ele respirou fundo – eu sinto algo realmente forte por você... Eu acho que... Eu acho que te amo.
Eu olhava pra ele surpresa. Como assim JOE ME AMA?
- como... Como assim você me ama?
- eu nunca odiei você, lembra? Eu sempre gostei de você, mas agora eu acho que esse sentimento mudou. Eu acho que te amo... Você se tornou uma das pessoas mais importantes pra mim durante esses meses e...
Eu continuava olhando pra ele, quando demos nossas mãos. Eu já não conseguia mais prestar atenção no que ele dizia. Soltei as minhas mãos das dele e as levei até o rosto dele. Me aproximei e então o beijei. Não era como o beijo do dia da balada. Esse era um beijo mais calmo, apaixonado, com sentimento. Nos levantamos da mesa e continuamos esse beijo. As mãos dele estavam na minha cintura, estávamos colados. Rompi o beijo com um selinho e sorri.
- wow – Joe disse. – você é boa.
Eu corei enquanto ria.
- eu esperei muito por esse momento. – eu disse, envergonhada.
- sabe, eu também. – ele disse enquanto acariciava meu rosto – e em pensar que da primeira vez que eu te vi te achei mimada...
- e eu te achei um nerd – eu disse enquanto ria
- ainda me odeia? – ele perguntou se aproximando do meu rosto e fazendo uma carinha adorável.
- nem um pouco. Eu te amo.
Nos beijamos outra vez. Quem diria, né. EU E JOSEPH. JUNTOS. Acho que posso dizer que tive um final feliz.
THE END.

1 comentários:

Jessica Kelly disse...

Dava ate pra vira um filme muito bommmm
Adorei esse FanFic kkk

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