Essa fic não foi escrita por mim, foi escrita por Luisa Martins é uma história romântica e todos podem ler haha :) boa leitura!
Era um domingo qualquer de um mês
qualquer de um ano qualquer. Eu tinha 12 anos, tinha uma vida boa, morava com
meus pais na mesma casa onde moro hoje, em Rosewood, na Pensilvânia. Enfim, na
manhã daquele domingo, meus pais foram me acordar no meu enorme quarto, como de
costume.
- Bom dia, querida! – disse minha
mãe, com aquele tom de voz angelical e inconfundível.
- bom dia. – minha voz de sono
era medonha.
Logo depois de meu pai me ajudar
a levantar, Georgina, minha babá, trazia a bandeja com meu café da manhã. Eu
estava acostumada com toda aquela pompa, mas hoje meus pais pareciam mais
sérios do que de costume.
- querida, - começou meu pai –
hoje teremos visitas.
- quem? – perguntei enquanto
comia meu misto quente “fresco”, como meus amigos costumam falar.
- um amigo meu de faculdade. Ele
está se mudando pra cidade agora e sua família vai ficar na nossa casa de
hóspedes até encontrar um lugar pra morar. – papai explicava calmamente,
afinal, eram notícias muito chocantes para uma menininha rica e mimada de
Rosewood.
- eles têm quatro filhos e nós
queremos que seja agradável e legal com eles.
Notícias realmente chocantes.
Como assim eu não seria mais a “princesinha” daquela casa? Como assim eu teria
que dividir a atenção dos meus pais, seguranças e até da Georgina com mais
quatro crianças? Mas, poderia piorar, caso eu tivesse que dividir meu quarto
com eles.
- como assim eles vão ficar na
casa de hóspedes? – perguntei quase cuspindo meu café da manhã no robe de seda
da mamãe.
- querida, - ela começou a engrossar
a voz – será por pouco tempo, até eles encontrarem um lugar melhor. Mas não se
preocupe meu anjo, os meninos são educados, não vão se intrometer na sua vida,
se é essa sua preocupação.
- agora, se nos dá licença –
papai disse se levantando da minha cama – temos que preparar a casa para
receber as visitas.
Eles saíram juntos, enquanto eu
levantava incrédula. Onde é que eu iria fazer minhas festas do pijama? Ok, meu
quarto era enorme, mas não era grande o suficiente pra que eu e minhas amigas
fizéssemos tudo que temos direito. Mas tudo bem, pelo menos NAQUELA NOITE eu
seria agradável com os Jonas (esse era o sobrenome deles, fui saber mais tarde
enquanto meu pai pedia pra que os empregados deixassem a casa de hóspedes em
perfeita ordem).
Eles chegaram pontualmente às
08h15min da noite. Nesse instante, eu estava conversando com uma de minhas
amigas, Isabella, pelo IM. Georgina abriu a porta de meu quarto e, gentil como
sempre, anunciou a chegada dos nossos hóspedes.
- senhorita Hastings, os Jonas
chegaram.
- avise aos meus pais que já vou.
Desliguei o computador e rumei
até a sala de estar. Ali estavam meus pais e eles. Uma mulher muito bonita e
elegante estava sentada ao lado da minha mãe, era Denise, com o marido Paul
sentado no outro sofá e com um bebê no colo. Ao lado de Paul, três meninos com
cara de anjo estavam sentados. Um deles, que devia ter minha idade, jogava seu
gameboy. Os outros dois estavam quietos. Desci e logo fui apresentada por meu
pai.
- oh, enfim chegou! Paul, Denise,
essa é minha filha, (seu nome).
Eles se levantaram e me
abraçaram. Fui agradável como minha mãe tinha pedido. Paul e Denise começaram a
apresentar seus filhos. Kevin parecia ser um garoto doce, tinha 14 anos. Nick
era bem tímido, com seus 9 anos. O bebê no colo de Denise se chamava Frankie e
tinha pouco mais de 1 ano. Já o menino com o gameboy...
- este é Joe, nosso filho do
meio. Ele é meio viciado nesses joguinhos, mas é um bom garoto – dizia Paul,
enquanto dava tapinhas nas costas do menino.
Ele tinha minha idade e, quando
me olhava, eu não sei explicar, é como se, mesmo sem me conhecer direito, ele
me odiasse. Eu fiquei sem graça, mas sentei ao lado do meu pai enquanto ele,
mamãe e os Jonas conversavam animadamente. Comecei a mexer no meu celular, já
que não sabia o que fazer. Quando o relógio marcou 11 da noite, os Jonas se
despediram de nós e foram para a casa de hóspedes. Quer dizer, nem todos os
Jonas.
- Joseph, se despeça da (seu
nome).
- boa noite – ele disse de forma
educada- (seu nome). – agora ele havia engrossado um pouco a voz.
- b-boa noite – eu disse
assustada com o tom de voz de Joe. O que eu havia feito de errado?
Na manhã seguinte, minha mãe e
Georgina entraram no meu quarto, me acordando pra ir à escola.
- bom dia, querida! – minha mãe
parecia animada
- bom dia, mãe.
- primeiro dia de aula. Animada?
- sim.
- ah, espero que não se importe,
mas o motorista vai levar os Jonas pro colégio com você.
Estava irritada. Tinha forma pior
de começar a manhã? Ok, os meninos não eram tão ruins quanto eu achei que
seriam. O problema era o Joseph. Ele não era, como eu posso dizer, agradável.
Me olhava de uma forma estranha, como se eu tivesse feito algo de errado.
Melhor deixar isso pra lá, né?
Levantei, tomei meu luxuoso banho e escolhi minha melhor roupa para ir à
escola. Na escola que eu estudava quando tinha 12 anos, a aparência era
fundamental. Os alunos mais bem vestidos eram os mais populares e etc. Mas não
eram apenas roupas e calçados de marca que definiam quem você era dentro da
Rosewood Academy. As notas eram outro
fator importante. Caso você quisesse realmente ser alguém, você tinha que ser:
1- bem vestido. 2- um ótimo aluno. 3- RICO E PODEROSO. Era por isso que eu e
minhas amigas comandávamos a escola.
Às 7 da manhã, já pronta, fui
para a limusine e cumprimentei o motorista. Os Jonas esperavam na porta da casa
de hóspedes. Eles estavam perfeitamente vestidos para a ocasião (na verdade,
até hoje eles são assim, perfeitos em tudo), com certeza não notariam que eles
eram alunos novos.
- Bom dia! – disseram em coro
enquanto entravam na limusine.
- bom dia! – disse educadamente.
–meninos, se não se importam, vamos passar pra buscar umas amigas minhas no caminho.
- tudo bem – disse Kevin, com um
enorme sorriso no rosto.
Joe fez uma expressão de AF. Eu
realmente não entendia porque ele me odiava tanto. Estávamos a caminho da casa
de Isabella, que imediatamente chegou, usando um lindo vestido cor-de-rosa e sorridente,
como sempre.
- bom dia, (seu apelido)! – ela
disse, antes de notar os meninos no carro – err, bom dia...
- Jonas. – completei – são filhos
de um amigo do meu pai, meus novos “vizinhos”. Meninos, essa é Isabella, uma
das minhas amigas.
- oi. – disseram em coro, de
novo. Mas dessa vez pareciam um pouco mais tímidos.
O mesmo aconteceu quando passamos
pra buscar Anna e Lauren. Minhas amigas também estavam envergonhadas. Não
pudemos conversar sobre os meninos bonitos da Rosewood High, ou sobre o editorial
de moda folk da teen vogue. Pela
primeira vez aquela limusine estava quieta. Acho que meu motorista devia estar
agradecendo a Deus por isso. Ao chegarmos na escola, saímos juntos, mas logo os
meninos se separaram de nós. Eles precisavam ir à secretaria pra buscar seus
horários. Como Joe era da mesma classe que eu, esperava que mais tarde ele
viesse me procurar pra saber sobre os professores, as salas... Enquanto eu e
Anna íamos para a sala de biologia, encontramos Joe perdido no meio do
corredor.
- quer ajuda? – estava tentando
ser legal
- não. – ele me ignorou
totalmente
- ah... Qual é sua aula de agora?
– tentei outra vez.
- não te interessa. – ele
respondeu com grosseria.
- por que tá me tratando assim? –
eu estava confusa e Anna, mesmo que apenas assistindo, também.
- não te interessa, tá bom? Eu
acho minha classe sozinho.
Joe saiu andando. Eu e Anna
ficamos olhando ele ir, sem saber o porquê de tanta grosseria.
- o que esse garoto tem na
cabeça? Ele é doente, (seu apelido)? – Anna estava indignada.
- eu realmente não sei, só queria
ajudar.
- ah, dane-se. É só um garoto
mesmo.
Fomos pra aula de biologia. O
professor Darnell parecia mais rabugento.
Ele não estava de bom humor naquele dia. Enfim, as aulas passaram rápido
e logo estava na hora do intervalo. Eu e minhas amigas sentamos na mesa
central, como de costume. Os Jonas estavam na fila do lanche, e ao vê-los,
Lauren disse exatamente o que eu estava pensando.
- vai chama-los pra sentar com a
gente?
- eu acho que você não deveria,
(seu apelido). – disse Anna – viu como aquele Joseph tratou você? Deixa eles se
virarem!
- o que o Joseph fez? – Isabella
era a personificação da palavra CURIOSIDADE
- ele...- eu ia contar, mas Anna
me interrompeu.
- A (seu nome) se ofereceu pra
ajuda-lo com os horários, mas ele foi todo grosso. “não te interessa! Não é da
sua conta!”
- ai, que menino idiota! –
Isabella e Lauren exclamaram juntas.
- Joseph foi rude, mas acho que
os irmãos dele não devem pagar por isso.
- como assim, (seu apelido)? O
menino só faltava sapatear em você! Os irmãos devem ser do mesmo jeito.
- Lauren, Kevin e Nick são
legais. Joseph é que tem algum problema.
- ESTRANHO! – cantarolamos
juntas.
- eu vou chamar eles pra sentar
conosco SIM. Se o Joe fizer alguma gracinha, a gente bota ele pra correr.
Fui até os meninos, que estavam
perdidos no meio do refeitório.
- oi, venham sentar comigo e com
minhas amigas. – disse gentilmente.
- não vamos atrapalhar? – Nick
disse. A voz dele era muito bonitinha.
- não, claro que não! Venham! –
eu disse enquanto os guiava até a minha mesa
- eu acho que não vou. – disse
Joseph.
- mas por quê? – Kevin indagou.
- não tô a fim de comer com essas
meninas.- ele disse, dando de ombros, enquanto procurava por alguma mesa vazia.
- a mamãe disse pra ficarmos
juntos. – Nick disse, tentando fazer o irmão mudar de ideia.
- dane-se o que a mamãe disse,
não vou ficar perto de patricinhas.
Naquela hora, eu fiquei muito,
mas muito irritada. Eu me lembro claramente dessa cena. Eu olhei pro Joe,
furiosa. Ele me olhava assustado.
- qual o seu problema, seu
idiota? Eu tô tentando ser legal com você desde a hora que você botou os pés na
minha casa! Vocês são novos nesse colégio, e eu tô tentando ajudar vocês a se
enturmar. Seus irmãos estão sendo legais, já você... VOCÊ É UM BABACA!
- o que disse? – ele também
estava furioso.
- BABACA. É O QUE VOCÊ É. –
respondi totalmente alterada.
- E QUEM DISSE QUE VOCÊ NÃO É UMA
BABACA TAMBÉM? APOSTO QUE VOCÊ E SUAS AMIGUINHAS METIDINHAS PASSAM HORAS
FALANDO DE COISAS FÚTEIS COMO O VESTIDO QUE A ANGELINA JOLIE USOU NA FESTA DO
OSCAR, OU DE COMO O LEONARDO DICAPRIO FICA PERFEITO DE TERNO. VOCÊS SÃO
PATRICINHAS FÚTEIS, MIMADAS E IDIOTAS.
A essa altura, a escola, quem
sabe até a CIDADE inteira, tinha parado pra ouvir minha discussão com Joseph.
Ele tinha GRITADO na minha cara. Qualquer menina de 12 anos teria saindo
chorando, pedindo pra que ligassem para os pais dele. Mas não eu. Eu não era
assim.
- JOSEPH JONAS, VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ
FERRADO. ESTÁ MUITO FERRADO!
E saí andando, sem nem chamar
Kevin e Nick para se unir a nós. Sentei ao lado de Isabella, enquanto respirava
fundo pra recuperar o fôlego. Daquele dia em diante, eu tinha jurado guerra a
Joseph Jonas. Eu continuaria sendo legal com os irmãos dele, afinal, eles não
tinham culpa se ele era rude.
A família Jonas morou na casa de
hóspedes por mais 4 anos. 4 anos sendo amiga de Nick e Kevin. 4 anos odiando
Joe. 4 anos dividindo o teto com meu maior inimigo. Mas, para nossos pais, tudo
era perfeito. Nós éramos amiguinhos perto deles. Eu acho que eu deveria ter
ganhado um Oscar por toda a atuação que eu fiz para os meus pais. Era só eles
saírem de perto que as provocações começavam.
- nossa, você cresceu e continua
insuportável. Não é à toa que continua sem namorado.
- Joseph, desde quando minha vida
amorosa é da sua conta? Na verdade, nada é da sua conta. Continuo esperando
ansiosamente pelo dia que você resolva voltar pra não sei de onde você veio.
Ah, e SOZINHO.
- se eu voltar, minha família vai
comigo. Somos muito unidos, ao contrário da sua.
- não é minha culpa se meus pais
estão sempre muito ocupados. Eles são realmente importantes pra cidade. Se você
esqueceu, minha mãe é juíza e meu pai é o vice-prefeito.
- será que eles estão mesmo
ocupados ou estão fugindo de você? Você não é uma pessoa boa pra se ter por
perto. É chata, metida, idiota, egoísta...
- e quanto a você? É bobo,
imaturo, não se veste bem, tem uma mania irritante de estalar os dedos enquanto
fala, cheira a bacalhau e não tem o mínimo de classe.
- e quem disse que você tem
classe?
- eu tenho aulas de etiqueta
desde os 4 anos de idade.
- “eu tenho aulas de etiqueta
desde os 4 anos de idade! Hehe, sou a rainha do mundo, meu pai é o
vice-prefeito de Rosewood, eu mando em tudo!” Garota, acorda pra vida.
- idiota.
- mimada.
- eu te odeio.
- te odeio mais.
Assim que eu terminei o ensino
médio, fui pra NY fazer faculdade. Minha vida estava sendo maravilhosa por lá.
Claro que mantive contato com minhas amigas e com Kevin e Nick. De Joe eu
queria distância. Ok, você deve estar pensando “mas, (seu nome), era apenas uma
rixinha infantil de adolescentes”, mas Joe tinha sido um porre até o dia da
formatura. Quando peguei o diploma da Rosewood High, não sabia se ficava feliz
porque ia pra faculdade ou se estava me vendo livre de Joe. De qualquer forma,
foi o dia mais feliz da minha vida.
Hoje tenho 22 anos, voltei para
Rosewood, e divido a casa onde nasci e cresci com Lauren. Os Jonas se mudaram
de volta para New Jersey depois que Nick terminou o ensino médio. Ainda falo
com Kevin pela internet. Até onde eu sei, Nick está morando em um apartamento
em NY e Joe acaba de se mudar pra uma casa perto da casa dos pais e da casa de
Kevin e sua esposa, Danielle.
Trabalho como dentista num
consultório no centro da cidade. Eu queria ser cirurgiã, mas depois que conheci
o maravilhoso mundo dos dentes, mudei de ideia. Estava voltando do almoço
quando esbarrei em alguém.
- ah, me desculpe, eu não te vi
aí... Me... Me desculpe – eu pedia
- não tem problema, eu sou meio
distra... (SEU NOME), QUANTO TEMPO! – Becca, minha prima, me abraçou.
- desde quando você está na
cidade?
- desde semana passada, resolvi
passar por aqui pra ver o vovô e a vovó... Como você tá?
- tô bem... Trabalhando, terminei
um namoro recentemente e...
- ah, que triste... Eu também tô
trabalhando... Vamos jantar juntas mais tarde? Eu aproveito e te apresento meu
namorado.
- tudo bem... 7:30 da noite no
Bonna Massa ?
- ótimo! Te vejo lá então, (seu
apelido).
- até mais.
Voltei pro consultório feliz. Não
via Becca desde a minha festa de 16 anos. Seria bom pra me distrair um pouco.
Atendi todos os meus pacientes e voltei pra casa correndo pra contar as
novidades pra Lauren. Ao chegar, eu dei de cara com Lauren e o namorado Sean
dando uns amassos no sofá. Já era a terceira vez que ele dormia lá em casa essa
semana.
- hey Sean, eu tô quase fazendo
um pedido formal pra que você venha morar com a gente. – disse rindo.
- e aí, (seu apelido), como foi o
trabalho? – Lauren perguntou.
- ai, foi ótimo. Fiz uma extração
hoje, você sabe como eu adoro isso.
- sei, e como sei... Você vai
fazer alguma coisa hoje à noite? Eu e o Sean vamos dar uma volta por aí.
- vou sim. Encontrei a Becca
quando tava voltando do almoço, vou jantar com ela e o namorado... Falando
nisso, tô atrasada, preciso me arrumar.
- Becca com namorado? Quem diria,
a menina era um saco quando era mais nova.
- as pessoas mudam, Lauren.
Preciso ir.
Subi as escadas como se o mundo
dependesse disso. Tomei um belo banho e me arrumei. Cheguei no Bonna Massa
exatamente às 7:30. Enquanto eu procurava uma mesa vazia, esbarrei em outra
pessoa. Como podem ver, eu sou realmente desastrada.
- me desculpe... – isso deveria
virar meu bordão
- não, me desculpe. Eu realmente
não olho por onde ando. – essa voz me era familiar.
- Joseph? O que tá fazendo em
Rosewood?
-(seu nome)? Nossa, eu tenho
mesmo muito azar.
- você continua babaca!
- e você continua idiota.
- ah, cale a boca. Tantas pessoas
no mundo e eu tinha que esbarrar justo em você?
- você acha que eu tô feliz de
ter reencontrado você? O que raios você está fazendo aqui?
- não é do seu interesse, Jonas.
Agora, se me dá licença...
- (seu apelido)! Joe! Pelo visto
já se conhecem, né?
O QUE? JOE É O NAMORADO DA BECCA?
Ficamos em silêncio por um longo
tempo.
- de onde conhece a (seu
apelido), amor? – Becca perguntou, com os olhos brilhando.
- ela estudou comigo. Que bom te
reencontrar, (seu nome).
Joe me deu um abraço falso.
- eu espero que isso nunca mais
aconteça – sussurrei no ouvido dele enquanto estávamos abraçados
- se depender de mim, nunca mais
terei que olhar pra tua cara – ele respondeu.
- ótimo. – sussurrei enquanto me
separava do abraço
- então vocês eram bons amigos na
época de escola? – Becca estava intrigada
- bons amigos? Joseph era meu
MELHOR amigo! – disse dando meu melhor sorriso falso e olhando para Joe – ele
é, pelo menos era, um bom menino. – disse dando uns tapinhas nas costas do Joe,
como o pai dele fez quando nos apresentou.
Joe me fuzilou com os olhos. Sim,
estávamos de volta à adolescência. Mas agora nossa expectadora era Becca. Não
acreditava em como eu podia ser tão infantil. Eu deveria dizer pra Becca que
odeio o Joe desde a hora que ele me chamou de patricinha. Ok, naquela época eu
era patricinha, mas agora?
Sentamos numa mesa, fizemos
nossos pedidos e continuamos o teatrinho. Becca parecia muito feliz. No fundo
eu não estava me sentindo bem.
- só um minutinho, eu vou ao
banheiro.
Becca saiu da mesa, deixando eu e
Joe sozinhos.
- não sabia que minha prima tinha
tremendo mau gosto pra namorado.
- e eu não sabia que minha
namorada era da sua família. Pelo visto, você é a ovelha negra.
- Joe, dá pra gente parar com
essa palhaçada? Eu sei que nós temos nossas diferenças e NÃO SÃO POUCAS, mas a
Becca além de minha prima é uma das minhas melhores amigas e...
- isso não me interessa. Eu quero
ver minha garota feliz, só isso.
- eu só não acho certo a gente
ter que mentir pra ela. Imagina se ela descobre que estamos mentindo? Ela não
só vai ficar com raiva de você, mas de mim também.
- ah, então agora você quer se
redimir?
- me redimir pelo que? Joe, você
me odeia sem motivo.
- e você lá tem motivos pra me
odiar?
- tenho! Eu tava tentando ser
legal com você e... Ah, isso já tem 10 anos! Vamos parar de criancice.
- que criancice? (seu nome), você
realmente não sabe o quanto é irritante.
- olha, eu vou contar pra Becca
toda a verdade se você não contar. Eu não acho justo que ela não saiba.
- ela tá voltando, aja como se me
amasse.
Becca voltou e eu e Joe ríamos
como se ele tivesse contado uma coisa muitíssimo engraçada.
- nossa, acho que botaram o papo
em dia.
- é... Eu tava morrendo de
saudade dela.
E assim foi passando a noite. Joe
e Becca me deixaram em casa. Quando cheguei lá, vi as roupas de Lauren e Sean
largadas pelo chão. Não quero nem imaginar o que estavam fazendo no quarto
dela. Tomei um belo banho e fui pro meu quarto. Como assim a Becca estava
namorando o Joe? Ok, eles faziam um casal lindo, mas Becca escolhia melhor seus
namorados quando era adolescente. E ela era muito chatinha, como Joe, que já me
acha insuportável, conseguia aguentá-la? Ouvi alguém bater na porta e fui
abrir.
- e aí, como foi com a Becca e o
namorado?
- Lau, você não vai acreditar em
quem é o namorado da Becca.
- quem? – ela era exatamente como
Isabella: curiosa.
- Joseph Adam Jonas, nosso
ex-colega de classe.
- ai, não acredito. Sua noite
deve ter sido um porre.
- e foi! Joe continua com aquela
mania infantil de fingir que é meu amiguinho. E o pior de tudo é que eu faço o
mesmo.
- você pretende contar pra sua
prima a verdade?
- pretendo. Becca é minha prima
mais próxima. É como uma irmã pra mim. Eu disse pro Joe que não me sentia bem
enganando ela.
- eu sei como é. Mas não fique
assim. Acho que se o Joe gosta mesmo da sua prima, ele vai contar pra ela.
- eu não sei não... Aquele cara é
capaz de tudo. Acho que o Joe manteria a mentira só pra ver a Becca feliz.
Tadinha, ela é tão boba...
- (seu nome), conta pra ela.
- é o que vou fazer... E você e
seu namorado deveriam arrumar o rastro de roupas que deixaram por aí. Se
quiserem se amar, se amem, mas se amem sem desorganizar a casa, por favor.
- tudo bem – Lauren disse entre
risos – prometo que serei mais organizada da próxima vez...
- ou teremos que contratar uma
empregada.
- não, nem pensar... Nossa vida
de madame passou faz tempo.
- concordo.
Lauren saiu do meu quarto ao
ouvir Sean quase que suplicar pela sua volta. Eu me ajeitei na cama e tive um
ótimo sono. Estava pensando em ligar pra Becca assim que acordar, e contar
sobre eu, Joe e nossa eterna guerra. Ele poderia me matar depois disso, mas
pelo menos eu morreria feliz. Acordei na manhã seguinte com um sorriso no
rosto. Desci para a cozinha, onde Lauren e Sean preparavam panquecas e suco.
- Bom dia, pessoal. – disse
desanimada
- bom dia! – eles disseram em
uníssono.
- não pra mim. – eu disse
enquanto sentava na mesa. – eu vou ter que contar pra Becca que o namorado dela
não passa de um babaca. E provavelmente morrer depois disso.
- quem é o namorado da Becca?
- aquele idiota do colégio que eu
te contei. – disse Lauren
- O JOE? Nossa, boa sorte aí, Gi.
- Becca vai ficar arrasada.
- e como. O namorado dela é um
infeliz.
- querem saber? Vou ligar pra ela
agora.
Peguei meu celular e disquei o
número de Becca. Eu já ensaiava mentalmente minhas falas. Já me preparava pra ela me chamar de mentirosa,
depois que Joe desmentisse o que eu falasse.
- alô? – Becca falava com a voz
de um anjo.
- oi, é a(seu nome).
- oi prima! Porque ligou tão
cedo?
- é que... Eu preciso te contar
uma coisa. – minha voz não estava nada feliz.
- o que houve? Algum problema?-
Becca estava realmente confusa
- é que... eu e o Joe... – eu
fiquei nervosa de repente.
- você e o Joe...
- ok, vou falar de uma vez. Eu e
o Joe nos odiamos. Estávamos fingindo ser amiguinhos na sua frente pra você não
ter que ficar no meio do fogo cruzado, tá bom? Eu sei que é criancice, mas eu
disse a ele que não me sentia bem fazendo isso e achei melhor te contar.
- O QUE? – Becca perguntou
incrédula – mas vocês pareciam se gostar tanto...
- atuação, querida Rebecca.
ATUAÇÃO. Me admiro muito ter passado os últimos 4 anos da minha vida estudando
odontologia na UNY ao invés de seguir a carreira de atriz na Broadway.
- mas se o Joe mentiu pra mim...
será que ele...
- não, não, Becca... Ele gosta
mesmo de você, até te chamou de minha garota. Ele só queria manter a mentira
pra te ver feliz.
- e por acaso eu pareço feliz?
Quando ele acordar, teremos uma conversa muito séria.
- tá... Era só isso mesmo que eu
tinha pra falar... Bom dia.
- bom dia. E obrigada por me
avisar.
Becca desligou. Eu me sentia
aliviada, mas ao mesmo tempo preocupada. Poxa, ela é minha prima! E se a minha
revelação acabasse com o namoro dela? Melhor não pensar nisso agora, preciso
comer. Me sentei à mesa com Lauren e Sean e desfrutei das panquecas e do suco
que eles tinham preparado. Os dois se conheceram trabalhando em um buffet, por
isso cozinham muito bem.
- tá tudo bem, (seu nome)? – Sean
perguntou percebendo minha cara – ou são as panquecas?
- não, Sean, as panquecas estão
ótimas. Eu só não quero ser a culpada pelo fim do namoro da minha prima.
- você deveria se considerar uma
heroína, (seu apelido). – disse Lauren enquanto tomava um gole do suco – vai
livrar sua prima do infeliz do Joseph. Mesmo eu não indo muito com a cara dela,
ela merece alguém melhor que esse panaca.
- concordo. Eu não conheço sua
prima, mas sendo da sua família, ela precisa estar livre desse mau elemento de
Rosewood.
- de Rosewood não, amor. MAU
ELEMENTO DE NEW JERSEY. – Lauren corrigia o namorado de boca cheia. Onde é que
ela tinha deixado a elegância?
- ah, que se dane. A Becca pode
ser o que for, mas ela não merece o Joe como namorado. E ele não merece uma
namorada como ela.
- você fez a coisa certa, (seu
nome). – Lauren disse de boca cheia de novo. Essa menina esqueceu os modos na
casa antiga?
Depois de acabar o café, fui pro
meu quarto. Arrumei minha cama e tudo mais. Depois fui ler algumas revistas. Eu
podia ter crescido e mudado, mas continuava apaixonada por moda. Depois,
resolvi ler alguns livros. Eu realmente tava entretida com a história, até que
Lauren me chamou pra ver um filme na sala. Lauren e Sean estavam agarrados, só
pra variar. Eles realmente não se desgrudam, parecem chiclete. Como estava
frio, eu desci enrolada na minha coberta.
- (seu nome), você precisa urgentemente
de um namorado. Eu até me sinto mal aqui agarradinho com a Lauren – disse Sean,
enquanto apertava ainda mais a minha amiga – vendo você aí sozinha.
- não... Eu tô bem sozinha...
Ainda mais depois de ter terminado com o Elliot. O que eu tinha na cabeça pra
gostar dele?
- quer saber o que eu acho, (seu
nome)? Sinceramente? Que o Elliot conseguia ser mais idiota que o Joe. Ele
superava o Joe em todos os aspectos, menos na beleza, é claro.
Sean fuzilou Lauren com os olhos.
- como assim, senhorita Lauren
Wisnburg?
- ah, Sean, crise de ciúmes agora
não. – eu disse, irritada – o Joe pode ser o babaca que for, mas ele É bonito.
Na verdade, toda a família Jonas é bonita. A mãe deles então, ela deveria ser
miss Universo.
- e você sabe melhor do que
ninguém que eu só tenho olhos pra você – Lauren disse para Sean, enquanto
começavam mais um de seus amassos sem fim. Será que eles esqueceram que estavam
na minha frente?
Enfim, continuamos assistindo o
filme, quando de repente percebo a porta se abrindo e uma voz furiosa de homem.
- POR QUE VOCÊ CONTOU PRA BECCA?
– Joe gritava, visivelmente alterado. Vi a figura dele se materializar na minha
frente, bem próximo de mim. Juntei toda a força que tinha e o empurrei no sofá,
ficando em pé e olhando pra ele.
- O QUE ESTÁ FAZENDO NA MINHA
CASA? ISSO É INVASÃO DOMICILIAR, EU POSSO LIGAR PRA POLÍCIA, SABIA?
- DANE-SE A POLÍCIA, DANE-SE
TUDO! PORQUE CONTOU PRA BECCA, DESGRAÇADA? VOCÊ QUER MESMO ME VER NA LAMA, NÃO
É?
- CONTEI PRA ELA PORQUE ELA É
MINHA PRIMA! CONTEI PRA ELA PORQUE ELA MERECIA SABER DA VERDADE. VOCÊ DEVERIA
TER CONTADO, JÁ QUE A AMA TANTO.
- REBECCA É A PESSOA MAIS
IMPORTANTE PRA MIM! VOCÊ ESTRAGOU TUDO, SUA INFELIZ.
Respirei fundo. Eu já via minha
mão fazendo seu caminho até o rosto de Joe. Lauren e Sean estavam assustados.
Na verdade, nem estavam mais na sala.
- dá pra se acalmar, infeliz?
Porque saiu entrando na minha casa? Melhor, como conseguiu entrar na minha
casa?
- eu quero saber por que raios
você contou pra Becca. – ele parecia mais calmo agora.
- eu contei pra ela porque ela
merecia saber. Ela é minha prima, é como uma irmã.
- verdade? Ela está arrasada
agora.
- vocês terminaram?
- não. Ela disse que queria dar
um tempo. Disse que se eu fui capaz de fingir ser seu amigo, eu poderia ter
mais segredos. Que meu amor por ela era só fingimento.
Eu olhei pra baixo. Droga.
Estraguei tudo tentando resolver tudo.
- Joe...
- o que é?
- poderia ter sido pior se eu não
contasse. Você teria que me ver mais vezes. Fingir gostar de mim mais vezes. E
a Becca iria descobrir de qualquer forma, ela ficaria ainda mais furiosa.
- no fundo você tem razão.
- e sobre o namoro de vocês...
Acho que se você conversar com ela, ela vai entender.
- eu vou tentar. – Joe olhava pra
parede. Era a primeira conversa civilizada que tínhamos em anos. Ele se
levantou. – tchau.
Ele saiu de uma forma que eu
nunca tinha visto. Joe parecia fraco. Todos esses anos, ele sempre passava uma
imagem de força, de invencibilidade. Agora ele estava ali, fraco, frágil,
vulnerável. Aposto que a (seu nome) de 12 anos estaria fazendo uma festa nesse
momento pra comemorar.
- já acabou o barraco? – Lauren
descia as escadas assustada, de mãos dadas com Sean, que não estava menos
assustado.
- já. Idiota. Como ele pode
invadir nossa casa desse jeito?
- então esse é o famoso Joe
Jonas. Concordo com vocês, meninas. Que panaca.
- eu deveria ter ligado pra
polícia.
- concordo, (seu apelido). Ele é
um idiota, inconsequente. Como sua prima aguenta?
- não sei, mas sou fã número um
dela agora. – disse enquanto deitava no sofá.
Não consegui mais assistir ao
filme. Os gritos de Joe ecoavam na minha cabeça. Imbecil. Ele tinha MESMO que invadir minha casa,
atrapalhar meu sábado? Eu sinceramente acho que ele deveria procurar um
psicólogo. Melhor, ele deveria procurar um psiquiatra. Ser internado num
manicômio. Eu dormi com raiva naquela tarde. E Lauren estava certa: mesmo Joe
sendo insuportável, Elliot, meu ex-namorado, conseguia ser ainda pior.
Meu sono foi tão pesado que só
acordei no dia seguinte. Merda, já era domingo. Eu ainda lembrava claramente de
Joe invadindo minha casa e gritando. Aquilo tinha mexido mesmo comigo. Resolvi
dar uma volta de bicicleta por ali e, depois de fazer minha rotina matinal, foi
isso mesmo que eu fiz.
Eu adorava morar ali. Era uma
cidade pequena, mas bem segura. Quando eu era criança, costumava me juntar com
minhas amigas na praça principal e brincar na caixa de areia e, quando passei
por ali, lembrei de todos os bons momentos que passei ali. Resolvi parar e
sentar num banco da praça. De repente, alguém familiar se sentou ao meu lado.
- oi – ele disse educadamente -
segui seu conselho, conversei com a Becca.
- e aí?
- resolvi terminar. Eu gosto
muito dela, mas... Eu fui um panaca. – Joe falava enquanto olhava para as
criancinhas brincando na caixa de areia. – mas nós continuamos amigos.
- ah... – eu estava
surpresa. – se acha que foi melhor
assim, então...
-(seu nome), me perdoe. – ele
disse me interrompendo – você não era quem eu achei que fosse. Eu devo mil
desculpas a você... Há muito tempo.
Joe realmente parecia
arrependido. Olhava pra mim de uma forma diferente do que nas outras vezes.
Antes ele me olhava com ódio, às vezes até assustado, mas agora parecia um
cachorrinho amigo, que só queria brincar esse tempo todo.
- acho que não é um bom lugar pra
conversar... Quer ir ali na cafeteria?
- tudo bem.
Levantamos do banco e eu peguei
minha bicicleta e fui rumo à cafeteria. Lá, sentamos em uma mesa e fizemos um
pedido.
- porque tá me pedindo desculpas?
Finalmente percebeu que me odiava sem motivo?
-(seu nome) – ele disse com calma
– na verdade, eu deveria ter pedido desculpas a 10 anos atrás. Eu tava sendo
implicante com você porque todas as menininhas ricas que eu conhecia em New
Jersey eram metidas, patricinhas, fúteis, mimadas... Mas eu vi que você não era
bem assim, você tava sendo legal com meus irmãos e eu sabia que tinha feito
merda quando gritei com você no refeitório da escola.
- então você estava fingindo que
me odiava durante todo esse tempo? Que tipo de psicologia reversa você tentou
usar em mim?
- nenhuma – ele riu – é que,
sabe... Você me odiava por eu ter sido rude. Então ao invés de consertar as
coisas, continuei sendo o tipo de pessoa que você achou que eu era.
Infantilidade minha, eu sei. No fundo eu tinha inveja da sua amizade tanto com
as meninas quanto com os meus irmãos.
- você é louco. – eu disse,
bufando. – mas criança não bate muito bem da bola mesmo... Só o Nick que era
todo centrado e quietinho, mas a gente?
- mas até que foi legal brigar
com você. – ele disse rindo. – era legal te chamar de mimada e ver o sangue
subir. Você realmente ficava vermelha quando estava nervosa. Até hoje fica.
Era incrível como ele reparava em
tudo. Em como eu ficava vermelha quando estava nervosa, como eu falava alguma
espécie de enrolation depois de espirrar, em como eu era uma boa amiga pros
irmãos dele. Parecia uma daquelas histórias do tipo “garoto e garota se odeiam,
crescem e fazem as pazes”.
- ah, e eu devo desculpa aos seus
amigos também. Eles devem me odiar agora.
- ah, relaxa, Lauren te odeia
desde que te conheceu. E Sean te odeia desde que eu e Lauren contamos pra ele
quem você é. E desde quando Lauren disse que você é bonito.
- aquela era Lauren? Nossa, o
tempo fez bem a ela...
- minha amiga sempre foi linda,
ok?
- eu nunca tinha reparado nela.
Continuamos conversando
animadamente como se fôssemos amigos. O melhor de tudo foi descobrir o porquê
de Joe me odiar tanto.
- ei, (seu nome)... Quer sair
hoje?
- mas pra onde? Lembrando que não
posso voltar tarde, amanhã eu tenho uns 5 pacientes de manhã.
- ah, a gente pode andar por aí.
- esse não é seu plano original,
é?
- não. - ele disse rindo – na
verdade, acho que a gente devia ir naquele clube aqui perto... Aquele onde foi
a festa de 16 anos da Anna.
- ah sim... 6 horas tá bom pra
você?
- claro.
- eu passo pra te buscar então.
Onde você tá?
- bem, agora que terminei com a
Becca, tô procurando um lugar pra ficar. Não acho que seria uma boa ideia ficar
na casa dos seus avós depois de tudo o que aconteceu... E eu não tenho dinheiro
pra pagar um hotel.
- se Lauren não se importar, você
pode ficar lá na casa de hóspedes.
- com meu quarto antigo?
- se quiser...
Estava combinado. Joe iria passar
na casa dos meus avós pra pegar as coisas dele, enquanto eu contava pra Lauren
sobre nosso visitante.
- O QUÊ? O CARA ENTRA NA TUA CASA
GRITANDO CONTIGO E VOCÊ AINDA OFERECE LUGAR PRA ELE AQUI?
- Lauren, ele não tem onde ficar.
E além do mais, já conversamos e botamos tudo em ordem.
- ele implorou pelo seu perdão de
joelhos?
- não, isso seria idiotice. Ele não
me odiava de verdade.
- aham, sei.
- foi o que ele disse. Lauren, é
só por uma semana, ele vai voltar pra New Jersey logo.
- tudo bem, tudo bem... Mas é só
porque é uma semana!
Fui buscar Joseph. As malas dele
ocuparam todo o porta-malas do meu carro.
- wow, pra um homem, parece que
está de mudança.
- e eu tô pensando mesmo em me
mudar. Às vezes eu sinto saudade de Rosewood.
- eu também sentia quando estava
em NY. Essa cidade é maravilhosa. Não trocaria Rosewood por nenhuma mansão em
Los Angeles.
- se bem que a sua mansão em
Rosewood é uma coisa de louco.
- obrigada, eu acho.
Chegamos em casa, onde Joe
rapidamente foi se instalar. Sean preparava o lanche da tarde, ainda indignado
com a minha decisão.
- (seu nome), só você mesmo pra
fazer uma coisa dessas. Se eu não fosse seu amigo, eu te mataria.
- ai, tá tudo resolvido agora.
Joe não é um mau elemento de New Jersey, estava com uma ideia errada sobre ele.
- isso tudo porque eu trabalhei
pra que você tivesse uma ideia errada sobre mim – Joe entrou em casa, meio
envergonhado por causa do showzinho do dia anterior.
Enquanto comíamos, Joe aproveitou
pra se desculpar com Lauren e Sean e contar a história a eles. No fim, tudo
estava bem.
- gente, eu adoraria ficar mais
um pouco, mas eu e Joseph vamos sair.
- SAIR? – Lauren, a
personificação da deselegância, quase cuspiu seu misto quente em mim. É demais
aprender a não falar de boca cheia, meu Deus?
- sim, Lauren, sair. Como nós
costumávamos sair quando tínhamos 16, 17 anos.
- ah, claro. Onde vão? – disse
Sean, se intrometendo.
- DanceHouse Club, onde foi o sweet 16 da Anna.
- nossa, bom divertimento pra
vocês. – Lauren disse, de forma debochada.
- bom divertimento PRA VOCÊS. –
eu disse enquanto encontrava pelo caminho uma sacola cheia de camisinhas e
atirava em Sean e Lauren. Joe riu divertidamente nessa hora.
Fui pro meu quarto. Precisava
escolher uma roupa legal, afinal era a primeira vez em 3 meses que eu ia pra
balada, mesmo que acompanhada. Mas, antes de me jogar nos preparativos, fiz o
que todo profissional faria.
- alô, Francis? Sim, é a Dra.
Hastings. Tem como você remarcar todos os pacientes da manhã de amanhã pra
terça à tarde? É que hoje eu vou sair e, caso eu não consiga chegar amanhã na
hora, não causar tumulto. Ah, se eles perguntarem, diga que surgiu um
imprevisto. Ok. Até amanhã à tarde. Tchau.
Desliguei o telefone e enfim, fui
tomar banho. Eu estava feliz por ter feito as pazes com Joe. Nunca tinha me
imaginado assim. Ele até era um cara legal, considerando nosso café da manhã E
almoço juntos. Eu ainda não entendia porque raios ele fingia me odiar. Ah,
dane-se, era coisa de criança. Saí do banho e me arrumei. Usava um vestido de
uma alça só e uma sandália que peguei empestado do closet da Lau. Em questão de
20 minutos eu estava pronta.
- nossa, Gi, você quer provocar o
panaca do Joseph ou o quê? – Lauren debochava de mim
- não, eu só quero me divertir. E
não tem coisa melhor do que se divertir sabendo que você está fabulosa.
- nossa, vai nessa, Sharpay
Evans! – Sean era debochado que nem a namorada.
- vou lá buscar o Joe. Beijinho
pra vocês. – saí de casa com as chaves do carro na mão.
Não demorei muito até chegar à
casa de hospedes. Toquei a campainha esperando que Joe me atendesse. Lá estava
ele, impecavelmente vestido, exceto pela camisa, que ainda iria vestir.
-(seu nome)? Pensei que mulheres
demorassem pra se arrumar.
- também pensei... Vai demorar
muito?
- não, agora só falta vestir a
camisa.
Que Joseph era lindo, todo mundo
sabia. Agora esse corpão aí... Nossa, quem iria imaginar? Ele estava TOTALMENTE
diferente de 4 anos atrás, a última vez que eu o vi. Tentei me concentrar no
papel de parede da sala de estar da antiga casa dos Jonas, pra disfarçar que
tinha visto Joe com outros olhos.
- pronto, tô pronto. Vamos?
- vamos.
Saímos da casa de hóspedes em
direção ao carro.
- você bebe? – Joe perguntou.
Estranhei essa curiosidade da parte dele.
- sim... Por quê?
- eu também bebo. Quem vai trazer
o carro?
- Joe, meus pais podem ter se
mudado e eu posso ter crescido, mas eu ainda tenho motorista. Além do mais, eu
não fico totalmente bêbada, dá pra ligar pra Lauren ou pro Sean virem buscar a
gente.
- ok, ok...
Dei partida no carro e fomos em
direção ao clube. A casa estava realmente lotada naquela noite. Paguei minha
entrada e a de Joe e fomos pra pista. Lá, tomei umas duas garrafas de ice e
dançava como se não houvesse amanhã. Joe logo se juntou com uma loira, mas toda
vez que ela tentava beijá-lo, ele se esquivava. Ele apenas ainda não tinha
superado o término super-recente com Becca.
Enquanto Joseph fugia de sua nova
amiga, eu conversava com alguns caras. Fazia questão de me manter sóbria por
enquanto pra não fazer nada do que eu pudesse me arrepender amanhã. Pedi mais
uma garrafa de ice e voltei pra pista, onde dancei com Joe. Há muito tempo eu
não me divertia assim. Até que quando eram mais ou menos umas 9 da noite, ele
me chamou pra um canto.
- (seu nome), preciso te levar a
um lugar.
- onde?
- vai saber quando chegarmos lá. -
ele dizia isso com um sorrisinho malicioso.
Saímos da boate com algumas garrafas
de whisky, tequila e alguns copos roubados.
Todo aquele mistério de Joseph estava me deixando intrigada. Será que
ele pretendia me estuprar? Acho que não. Será que ele queria me matar e jogar
meu corpo em algum lugar afastado da cidade pra que não descobrissem que ele
era o assassino? Ele não tinha cara de assassino, mas ok.
Entrei no carro, Joe estava na
direção. Ele estava sóbrio, pelo menos era o que aparentava. Quando percebi que
estávamos indo pra parte mais afastada da cidade, minhas hipóteses sobre o
plano de Joe só ficavam mais fortes. Mas assim que chegamos, ele explicou tudo.
- tá com medo daqui, né?
-um pouco – minha voz denunciava
meu medo. – eu nunca estive desse lado de Rosewood. Pode me explicar o que
estamos fazendo aqui?
- bem – ele começou – lembra
aquela vez que nós brigamos na frente das nossas mães?
- lembro perfeitamente.
- então, naquele dia, eu fugi de
casa. Vim pra cá, fiquei pensando no que tinha dito pra você. Eu tava
arrependido. Arrependido não só de ter gritado com você, mas também de fingir
que te odiava, mas eu não sabia como me desculpar. Quando fui perceber – ele
olhava pro céu com uma expressão triste - já era noite e eu não sabia como
voltar pra casa. Meus pais tiveram que chamar a polícia pra me buscar.
- nossa...
- desde aquele dia – agora ele
olhava pro lago que estava na nossa frente – esse tem sido meu cantinho, meu
lugar de pensamento. Sempre que eu estava chateado com alguma coisa, pegava
minha bicicleta e vinha pra cá.
- e... Porque me trouxe aqui? –
perguntei confusa.
- porque eu prometi a mim mesmo
que, quando fizéssemos as pazes, eu te traria aqui. Idiotice de criança, né.
- não... Até que é fofinho.
Joe enchia os copos que roubamos
do clube com um pouco de tequila.
- eu proponho um brinde, (seu
nome). Um brinde às nossas criancices.
- tim tim!
Brindamos e bebemos. Quem diria,
eu e Joe amigos. Bebendo juntos, sozinhos no meio do nada. Estávamos contando
piadas sem graça, botando a conversa em dia... Quando percebi, estávamos na
metade da primeira garrafa de whisky.
- Joseph – já estava com voz de
bêbada
- sim?
- não acha melhor a gente ligar
pra virem buscar a gente?
- esqueceu – ele soluçava entre
as palavras – que estamos no meio do nada, (um apelido que você odeia)?
- nossa, você tá bebasso... Olha
como tá me chamando. Só minha avó – comecei a soluçar entre as palavras também,
sinal de que eu estava tão bêbada quanto Joe – me chama assim
- ah, (seu nome)... Cadê seu
celular? Deixa que eu ligo pra Lauren e o Sean virem buscar a gente.
- ele tá ali na minha bolsa – eu
disse, totalmente tonta. Deitei na grama daquele lugar, que parecia realmente
sombrio a essa hora da noite.
Joe pegou meu celular e
rapidamente discou o número de Lauren.
- alô? Lauren, preciso que venha
buscar a gente – a voz dele já entregava o nível de álcool que tínhamos
consumindo. – sim, é o Joe e sim, eu e a (seu nome) bebemos.
Joe dava as coordenadas para que
Lauren chegasse até aqui de ônibus. Eu estava deitada, quase dormindo, babando
na jaqueta de Joe. Depois que ele desligou o celular, se deitou ao meu lado.
Olhava pro meu rosto e o acariciava.
- dorme neném – Joe cantarolava
pra mim, de forma totalmente hilária.
- ah, cale a boca.
O hálito de Joe cheirava a Red
Label. Com as horas passando, ia ficando frio, e eu e Joseph nos abraçamos. Não passaram 10 minutos e nós voltamos a
sentar na grama e encher a cara. Estávamos cada vez mais loucos.
- (seu nome), eu vi um pônei ali.
- Joseph, por favor, não existem
pôneis em Rosewood.
- claro que existem! E são
coloridos.
- pôneis coloridos? Cale a boca.
- cale a boca já morreu, po. Eu
vi um pônei colorido, e ele saltitava como uma gazela.
- que coisa mais gay.
- o que você disse? – Joe
engrossou a voz
- que. Coisa. Mais. Gay. –
repetia pausadamente – terei que desenhar?
- vou te mostrar o gay.
Na mesma hora que disse isso, Joe
se aproximou de mim e me beijou. Não era um simples beijo, era um beijo
intenso, ardente. Eu tentava me esquivar, mas quando percebi, já estava
entregue. O beijo evoluiu para um amasso, mas só não evoluiu pra algo a mais porque
Lauren chegou.
- ei, casalzinho feliz, vamos
embora.
Ela praticamente nos puxou pelos
cabelos até o carro, onde eu e Joe dormimos. Se teve mais alguma coisa naquela
noite, eu realmente não me lembro. Só lembro de ter acordado no sofá no dia
seguinte, às 8:45 da manhã, magicamente recuperada da bebedeira da noite
anterior. Subi pro meu quarto, tomei um belo banho e depois fui chamar Joe pra
tomar café com a gente.
- hey, bom dia.
- bom dia – ele disse, ainda meio
tonto. – o que aconteceu ontem?
- nós saímos do clube, fomos pro
seu “cantinho secreto”, nós bebemos e... Depois eu não me lembro de nada.
- nossa, é só disso que eu me
lembro.
- vamos tomar café? Daqui a pouco
tenho que ir pro consultório.
- ah, sim, você é dentista...
Vamos.
Sentamos à mesa e começamos a
tomar café. A cada gole do meu chá de camomila, as cenas “excluídas” da noite
anterior voltavam a minha mente. Eu e Joe bebendo. Eu e Joe contando piadas
idiotas. Eu e Joe “alegres”. Eu e Joe NOS BEIJANDO. Não acredito. Eu tinha
beijado Joe. Eu dei uns amassos com Joe. Ele percebeu minhas caras e bocas
-(seu nome), tá tudo bem?
- sim, acho que é só ressaca...
- vai conseguir trabalhar hoje?
- claro que sim... – eu respondi,
querendo deletar aquelas cenas do meu cérebro.
Como assim eu tinha beijado o
Joe? Pera, ELE que tinha me beijado. Mas eu correspondi, então eu o beijei
também. Estava com uma dor de cabeça terrível. Resolvi falar pra ele o que
tinha acontecido.
- Joseph.
- o que foi?
- eu... – estava tentando achar
as palavras – eu lembrei o que aconteceu ontem à noite.
- e o que aconteceu? – ele estava
preocupado.
- a gente se beijou. Estávamos
bêbados e... – ele me interrompeu
- COMO ASSIM A GENTE SE BEIJOU?
- você sabe como é!
- eu sei, eu sei... Só não...
Espera, eu também me lembro.
O clima ficou tenso de repente.
Eu estava com vergonha de Joe. E ele parecia estar com vergonha de mim. Ficamos
realmente sem graça... Resolvi cortar o
climão, afinal, não tínhamos feito nada de errado.
- Joe... Tá tudo bem...
- é... Não fizemos nada de
errado.
- que bom que acha isso... –
sorri pro Joe
- é... – ele disse enquanto se
aproximava de mim e me abraçava. Eu retribuí o abraço. – quer que eu te leve no
trabalho hoje?
- é... Pode ser.
E assim foi naquele dia. E no dia
seguinte. E no dia seguinte ao dia seguinte. Enfim, foi assim até o dia que o
Joe voltou pra New Jersey. Mas ele só foi pra buscar as coisas dele, já que ia
se mudar pra minha casa de hóspedes.
Dois meses se passaram desde que
Joe voltou para Rosewood. Mas agora ele estava morando no antigo quarto de
Lauren, já que Sean a pediu em casamento e os pombinhos se mudaram pra casa de
hóspedes. Eu e Joe tocamos nossa vida como se aquele beijo nunca tivesse
acontecido. Agora éramos amigos, e inseparáveis. Mas eu acho que estava me
apaixonando por ele. O que era engraçado, já que há meses atrás eu sentia
arrepios (ruins, é claro) só de ouvir o nome dele. Ao mesmo tempo em que estava
apaixonada e querendo lutar por isso, eu não queria botar nossa amizade em
risco. Ele era um ótimo amigo, não queria perder isso.
Eu estava de férias. Agora que o
dentista com quem eu dividia o consultório tinha se recuperado de uma cirurgia,
eu podia descansar. Estava dormindo feliz na minha caminha, quando de repente,
alguém começa a me cutucar.
- hey, (seu apelido), sua
dorminhoca, acorda.
- ah Joe – dizia quase miando –
me deixa dormir, eu tô de férias.
- dane-se suas férias, (seu nome)!
Eu fiz o café da manhã!
- dane-se! Eu só como o misto
quente com pão integral sem casca e queijo minas que a LAUREN faz.
- fresca. – ainda nos
provocávamos desta forma
- idiota.
- mimada.
- imaturo.
- eu te odeio.
- te odeio mais!
Ao ouvir isso, Joe simplesmente
me tirou da cama e foi me carregando de cabeça pra baixo até a mesa da cozinha.
Ele ria com meus gritos histéricos de “me bota no chão, imbecil” e eu também
não conseguia me manter séria.
- putz, Joseph, me SOLTA. – eu
dizia gritando e rindo
- que soltar o quê, você é minha
prisioneira agora! - Joe ria divertidamente... Ah, como a risada dele era
gostosa... HEY(seu nome), NÃO É HORA PRA BANCAR A BOBA APAIXONADA AGORA!
- me solta, por favooooooor.
- ok, chata. – Joe me botou
sentada na mesa. Ele pegou meu café da manhã e me deu.
- obrigada... – eu sorri de novo.
Joe sentou na mesa ao meu lado
(sim, sentamos NA MESA) e comemos nosso café da manhã.
- onde Lauren e Sean estão?
- foram resolver as coisas pro
casamento.
- ah sim...
De repente, Joe parou de comer e
olhou pra mim.
-(seu nome).
- sim?
- eu posso falar com você? – ele
parecia sério.
- claro... o que houve?
Joe tirou o prato com o misto
quente e o copo de suco das minhas mãos e olhou bem no fundo dos meus olhos.
- olha, eu sei que somos amigos há
pouco tempo mas... – ele respirou fundo
– eu sinto algo realmente forte por você... Eu acho que... Eu acho que te amo.
Eu olhava pra ele surpresa. Como
assim JOE ME AMA?
- como... Como assim você me ama?
- eu nunca odiei você, lembra? Eu
sempre gostei de você, mas agora eu acho que esse sentimento mudou. Eu acho que
te amo... Você se tornou uma das pessoas mais importantes pra mim durante esses
meses e...
Eu continuava olhando pra ele,
quando demos nossas mãos. Eu já não conseguia mais prestar atenção no que ele
dizia. Soltei as minhas mãos das dele e as levei até o rosto dele. Me aproximei
e então o beijei. Não era como o beijo do dia da balada. Esse era um beijo mais
calmo, apaixonado, com sentimento. Nos levantamos da mesa e continuamos esse
beijo. As mãos dele estavam na minha cintura, estávamos colados. Rompi o beijo
com um selinho e sorri.
- wow – Joe disse. – você é boa.
Eu corei enquanto ria.
- eu esperei muito por esse
momento. – eu disse, envergonhada.
- sabe, eu também. – ele disse
enquanto acariciava meu rosto – e em pensar que da primeira vez que eu te vi te
achei mimada...
- e eu te achei um nerd – eu
disse enquanto ria
- ainda me odeia? – ele perguntou
se aproximando do meu rosto e fazendo uma carinha adorável.
- nem um pouco. Eu te amo.
Nos beijamos outra vez. Quem
diria, né. EU E JOSEPH. JUNTOS. Acho que posso dizer que tive um final feliz.
THE END.
1 comentários:
Dava ate pra vira um filme muito bommmm
Adorei esse FanFic kkk
Postar um comentário